Pelo Brasil, por princípio

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O governo do presidente em exercício e as forças políticas que lhe dão suporte têm um objetivo comum: reerguer o Brasil da destruição de que foi vítima ao longo dos últimos anos nas mãos do PT. A convergência em torno deste propósito maior é fundamental para a superação das muitas dificuldades pela frente. Sem ela, ganha o adversário.

Alguns princípios devem nortear a caminhada, que, obviamente, se anuncia árdua. A responsabilidade fiscal é talvez o maior deles, como o PSDB e seus parlamentares têm insistido ao Executivo e aos demais membros do Congresso Nacional. Vale agora o que valia quando Tancredo Neves, ao se preparar para inaugurar a Nova República, proclamou: “É proibido gastar”. Infelizmente, só uma década depois, com a criação do Plano Real e da Lei de Responsabilidade Fiscal, as contas públicas passariam a ser tratadas com a devida seriedade e a economia encontraria um rumo consistente.

A peleja que agora se apresenta é de natureza parecida à de um passado que deveria ter sido superado: repor o país no veio do qual as quatro últimas gestões o desvirtuaram. É preciso perseverar no básico: conter as despesas, administrar com severidade as receitas angariadas com tributos e, desta maneira, recuperar a capacidade do Estado de prover os serviços para a população.

Neste sentido, a disposição para enfrentar interesses arraigados, corporações barulhentas e grupos contrariados deve ser redobrada, assim como o zelo pela coisa pública e pelas contas do país. Para isso, é preciso um governo que tenha não só a cara, mas a alma do PSDB, como definiu o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves. É preciso fazer as escolhas que não são fáceis, mas são necessárias, em respeito aos cerca de 12 milhões de desempregados deixados pelo PT, como tem defendido o Instituto Teotônio Vilela e seu presidente, senador José Aníbal. O governo em exercício – e que dentro de mais alguns dias se tornará definitivo – dispõe de musculatura política para tanto. Tem, ademais, apoio na sociedade para ressuscitar o país. Tem, portanto, a força necessária para empreender.

O que interessa a todos é levar adiante uma agenda de reformas que reconecte o país ao mundo, que reimprima dinamismo à economia e restaure a regra de ouro da administração pública: um governo só pode gastar aquilo que arrecada.

Em seus 100 primeiros dias, a gestão Temer primou por uma atitude mais equilibrada, bem mais transparente do que a da presidente que o precedeu. Enfrentou, contudo, mais resistências do que poderia antever. Foi levado a ceder, recuar, atender demandas que, nesta quadra difícil da vida nacional, não se mostravam justificáveis.

Em maio passado, às vésperas do afastamento de Dilma Rousseff da presidência da República, o PSDB apresentou ao país uma carta de princípios e valores que norteariam seu apoio ao novo governo. Eles continuam válidos, agora mais ainda do que antes, seja na restauração da moralidade no trato do interesse público, seja na ousadia para modernizar o país.

Uma frase daquele documento sintetiza estas convicções: “É imperativo que o novo governo proponha, em regime de urgência, uma agenda de reformas estruturais que criem condições para que o Brasil volte a ser um país competitivo, com melhores condições de gerar emprego, renda e bem-estar para as pessoas, e com equilíbrio nas contas públicas”.

Para o Brasil começar a recuperação dos anos de descalabro petista e a retomada da confiança na economia, é preciso firmeza e convicção para aprovar, sem novos recuos e ainda em 2016, o teto para os gastos públicos e uma reforma que de fato torne a Previdência Social sustentável, sejam quais forem os interesses a serem contrariados. Só assim haverá novo ciclo de crescimento nos próximos anos, e é isso o que, afinal, realmente importa.

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