O melhor do Brasil

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O Brasil encerrou ontem sua melhor participação em Olimpíadas. O desempenho nas arenas esportivas coroa os bons resultados exibidos pelo país na organização e na realização do evento, que pela primeira vez teve a América do Sul como sede. Os jogos podem passar para a história como um momento de superação nacional.

As Olimpíadas do Rio poderão ser lembradas no futuro dentro de uma linha de evolução do país que começa com o fim do regime militar, passa pela instauração da Nova República e prossegue com as conquistas sociais e institucionais das décadas seguintes, das quais a estabilização econômica obtida com o Plano Real mantém-se como marco mais relevante.

As 19 medalhas olímpicas de 2016 entrarão para a história assim como Rafaela Silva, Robson Conceição, Martine Grael, Kahena Kunze, Alison e Bruno Schmidt, Thiago Braz, o já calejado time de vôlei masculino e a agora finalmente dourada seleção de futebol de Neymar. Bem como os seis medalhistas de prata e os seis de bronze.

O mundo da política e de quem tem a responsabilidade de comandar governos tem muito a aprender com os desportistas, sejam eles medalhistas ou não. Suas conquistas são árduas, demoradas. São fruto de planejamento, de disciplina e, também, de muita superação pessoal e respeito mútuo. É este o maior valor que carregam, e nos ensinam.

A correta organização e o bom desempenho dos jogos do Rio também exprimem como o poder público pode cumprir muito melhor suas responsabilidades, prestar melhores serviços aos cidadãos e funcionar bem não apenas “para inglês ver”, mas para brasileiro se beneficiar, como é de seu direito.

Um balanço positivo das Olimpíadas não pode prescindir de registrar os gastos ainda altos e o uso de dinheiro público num evento desta natureza num país ainda tão carente e desigual quanto o Brasil. Os jogos do Rio terminam tendo consumido R$ 38 bilhões, dos quais 43% vindos dos governos federal, estadual e municipal, segundo o projeto Jogos Limpos.

Mas a importância que o esporte demonstra ter na vida das pessoas e de ser, para milhares, a única chance de superação reforça a necessidade de a área ser tratada com mais seriedade pelas autoridades. Não pode, por exemplo, o ministério que cuida do desporto continuar sendo mera moeda de troca partidária.

As Olimpíadas explicitam – e, daqui a 16 dias, as Paralimpíadas deixarão isso ainda mais evidente – que esporte não é só recreação. É disciplina, é técnica, é rigor, é dedicação e é investimento. É também um modo de vida, uma forma de ascensão, de realização pessoal e coletiva e de prosperidade. É, portanto, tudo o que o país mais precisa num momento como o atual. Que seja enfim tratado com o ouro do louvor que merece. Porque os jogos do Rio mostraram, de uma vez por todas, que o melhor do Brasil continua a ser os brasileiros.

Rio de Janeiro – Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016, no Maracanã (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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