Fábricas de desperdícios

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Os últimos anos viram expandir-se no país a adoção de um modelo econômico calcado na presença maciça do Estado na economia. Sob o PT, o governo resolveu meter-se em tudo – onde deveria e, principalmente, onde não deveria. A maior recessão da história brasileira é o produto mais vistoso desta experiência malfadada.

As empresas controladas pelo Estado foram um dos instrumentos de ponta deste modelo. Seja para interferir diretamente no funcionamento da economia, seja, como ficou bem claro com o petrolão, para funcionar como sorvedouro de recursos para financiar o maior esquema de corrupção de que se tem notícia por aqui.

Os governos do PT entrarão para a história como os mais estatizantes que o Brasil já teve. De 2003 a 2015, nada menos que 43 estatais foram criadas por Lula e Dilma. Destas, 41 sobrevivem até hoje. Em média, superam até as 47 empresas controladas pelo Estado brasileiro abertas ao longo dos 21 anos de regime militar.

As estatais não-financeiras criadas pelo PT produziram um rombo acumulado de R$ 8 bilhões, conforme a mais recente edição do Brasil Real, publicado pelo Instituto Teotônio Vilela. Além disso, consumiram mais R$ 5,4 bilhões em pagamento de salários, mostrou ontem o Valor Econômico em reportagem sobre o estudo. Afinal, o que, efetivamente, estas empresas produziram de benefícios para a sociedade brasileira? Quase nada.

Na lista das estatais petistas, há de tudo um pouco. Fabricante de chip para computador, de hemoderivados, de poliéster, de fertilizantes. Construtora de submarino, de trem-bala. Prestadora de serviço de telecomunicação para a Fifa. Vendedora de seguros. Administradora de hospitais. Várias subsidiárias da Petrobras aqui e no exterior. O Estado é necessário para alguma destas atividades?

“Tudo isso foi encoberto pelo discurso de que o Estado é que tem de conduzir o desenvolvimento do Brasil. Desmontar esta estrutura, corrigir os abusos, fechar as ineficientes vai levar anos”, comenta Miriam Leitão em coluna dedicada ao estudo do ITV publicada na edição de hoje do Globo.

“O prejuízo desta política não se resume ao rombo econômico. (…) Num ambiente de tanta conivência com a corrupção, sempre fica a dúvida se era apenas ideológica a motivação para criar tanta estatal”, opina O Estado de S. Paulo em editorial publicado em sua edição hoje sobre o mesmo tema. “As ‘mãos fortes do Estado’ custaram caro”, decreta O Antagonista.

A lição que fica é de que esta é uma experiência econômica e histórica para ser aprendida e nunca mais repetida. O Estado deve se concentrar naquilo que realmente interessa: promover bem-estar para a população e garantir as condições para que a economia funcione bem. Quando sai deste veio, produz prejuízos em série e, como vimos com o PT, muita corrupção e ineficiência.

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