Veja os discursos dos senadores do PSDB no julgamento do impeachment

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Chegou ao fim, após quase nove meses, o processo que culminou no impeachment de Dilma Rousseff. O afastamento definitivo foi aprovado pelo voto de 61 dos 81 senadores presentes na sessão histórica desta quarta-feira (31). Mais uma vez, a bancada do PSDB foi unânime em seu posicionamento favorável à perda do mandato presidencial, por acreditar que ficaram provados, no relatório apresentado por Antonio Anastasia, os crimes de responsabilidade cometidos pela petista – edição de decretos orçamentários sem aprovação do Congresso e uso de bancos públicos para cobrir despesas do Tesouro Nacional. Dilma Rousseff é a segunda presidente cassada desde a redemocratização, 24 anos após o processo contra Fernando Collor de Mello.

 

Veja como se posicionaram os senadores do PSDB na última etapa do processo de impeachment:

Antonio Anastasia (MG)
“No caso que está em exame, houve autorização legislativa? Ela ocorre de acordo com o artigo 4º da Lei Orçamentária. Todavia, traz uma condição. E a condição é a compatibilidade desse crédito que está sendo aberto com a meta estabelecida para o ano. Se está comprovado de maneira exaustiva que não havia compatibilidade, por inclusive uma confissão do Poder Executivo, que encaminhou em julho o projeto de lei nº5, que diz que a meta não será alcançada, como dizer que há compatibilidade?”

Cássio Cunha Lima (PB)
“Talvez a maioria do povo brasileiro não saiba detalhar as acusações, mas sabe dizer as consequências dos crimes que o povo brasileiro sentiu na pele: o desemprego que não para de crescer, a recessão em três anos consecutivos, o comércio fechando suas portas, as indústrias encerrando suas atividades, os juros na estratosfera, a volta da inflação”.

Aécio Neves (MG)
“Hoje, o Brasil pode dizer sim, temos democracia, respeitamos a Constituição e vamos punir quem não a respeitou. O que vai ficar de todo esse episódio é um país mais forte, mais respeitado interna e internacionalmente, porque cumpriu a lei. O que vai ficar de tudo isso é um país com esperança, um país que volta a acreditar no seu futuro, um país onde as pessoas de bem se reúnem, independente da sua convicção ideológica, dos credos que praticam, mas que acreditem que, juntos, somos capazes de superar esse tempo negro que vivemos nos últimos anos”.

José Aníbal (SP)
“Os crimes de responsabilidade fiscal estão muito bem caracterizados no relatório do senador Antonio Anastasia. Essas práticas contábeis, criativas e delituosas são abomináveis. Elas iludem as pessoas. O impeachment, nesse sentido, é uma ação de defesa do Estado de Direito Democrático contra a depredação institucional e fiscal capitaneada pela presidente Dilma. É a democracia se protegendo! Isso o PT não aceita, por não acreditar na força da cidadania, não respeitar as leis e não acreditar que as leis são para todos”.

Ataídes Oliveira
“Seria uma imensa responsabilidade sequer cogitar a volta da presidente afastada. Isso provocaria um verdadeiro terremoto na nossa economia, com consequências graves e profundas para todos os brasileiros. Estaremos finalmente livres desta chaga que é o PT no governo brasileiro. Estaremos livres da incapacidade administrativa, da falta de diálogo, da falta de ética e da absoluta irresponsabilidade fiscal.”

Paulo Bauer (SC)
“Esse longo e triste processo de julgamento acontece porque o nosso país é grande, é forte, é democrático, é livre e institucionalmente sólido. Esse processo acontece porque é constitucional, acontece porque é legal, porque é juridicamente perfeito, pois obedece as normas aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal”.

Ricardo Ferraço (ES)
“O que nos interessa é a verdade dos fatos. Aquela que foi colhida em meses de trabalho e que estão no relatório do senador Anastasia. É a verdade que está além das naturais e legítimas paixões envolvidas num processo como este. Se há uma certeza possível de se extrair de todo esse processo é a de que a nossa democracia se fortalecerá ainda mais, assim como as nossas instituições”.

Flexa Ribeiro (PA)
“Os relatórios produzidos pelo senador Antonio Anastasia são didáticos, convincentes e ricos em evidências da problemática e traumática segunda passagem de Dilma Rousseff pela Presidência da República. São traumas que sentimos até agora. Nossa economia luta para se recuperar da era Dilma”.

Dalírio Beber (SC)
Existe o convencimento de que os crimes de responsabilidade ocorreram quando da edição de decretos promovendo suplementação orçamentária e do uso do caixa dos bancos públicos para suprir a falta de recursos do Tesouro Nacional para honrar os seus compromissos. A Lei de Responsabilidade Fiscal é clara na redação dessas práticas”.

Tasso Jereissati (CE)
“Voto pelo impeachment porque ninguém está acima da Lei. A Presidente Dilma Rousseff mentiu para os brasileiros, com o único objetivo de reeleger-se, perdendo todas as condições de governar um país como o Brasil, que agora precisa reunir forças para enfrentar a maior crise econômica de sua história”.

PSDB vota pela inabilitação para funções públicas
Por 42 votos a 36, o Senado também decidiu que Dilma Rousseff não ficará inabilitada para assumir funções públicas por oito anos. O PSDB se posicionou contrário a essa possibilidade. Para o senador Aloysio Nunes Ferreira, é impossível separar a perda de mandato de Dilma da inabilitação. Ele disse que a pretensão de manter a possibilidade de Dilma exercer tais funções corresponde a pedir que o Senado seja “condescendente e complacente” ao deixar de aplicar a pena prevista para o crime de responsabilidade.

Confira o discurso em que o senador pediu a inabilitação da ex-presidente:

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