Seis perguntas e respostas sobre economia criativa
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Nesta sexta-feira, 8, o Instituto Teotônio Vilela promove em São Paulo o seminário “Repensando as cidades: economia criativa como estratégia de crescimento”. Você sabe o que é economia criativa? Sabe que quase 30 milhões de pessoas no mundo trabalham diretamente em setores da economia criativa, produzindo o equivalente a toda a riqueza anual do Brasil? Para você ficar inteirado do que vai ser debatido no evento do ITV (clique aqui para se inscrever), veja esse guia com tudo o que você precisa saber sobre economia criativa e como ela tem sido cada vez mais importante no século 21.
O que é economia criativa?
Muita gente acha que qualquer coisa que envolve criatividade é “economia criativa”. Há uma diferença importante: é preciso gerar valor ou riqueza e propiciar negócios em torno de um produto ou um serviço que tenham origem na criatividade e na ação intelectual das pessoas envolvidas. São atividades associadas à cultura, ao conhecimento, à inovação e à tecnologia.
Quando surgiu o termo economia criativa?
O primeiro documento oficial a usar o termo economia criativa foi publicado em 1994 pelo então primeiro-ministro da Austrália Paul Keating. Chamado Creative Nation (país criativo, em tradução livre), apresentava políticas públicas inéditas de incentivo às indústrias da economia criativa. Três anos depois, com o britânico Tony Blair, surgiu um órgão de governo dedicado às indústrias criativas. Mas já no início dos anos 1980 Margaret Thatcher havia destacado a importância dos setores tecnológicos e criativos para o desenvolvimento da economia do Reino Unido.
Quais setores fazem parte da economia criativa?
Um relatório de 2015 da Unesco e da consultoria EY com base em dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) relaciona 11 setores como a espinha dorsal da economia criativa. Fazem parte dessa lista indústrias como a da televisão, artes visuais, mídia impressa (jornais e revistas), publicidade, arquitetura e games, entre outros. Também estão ligados à economia criativa setores como moda, design e desenvolvimento de aplicativos.
Qual o tamanho da economia criativa?
De acordo com esse relatório da Unesco e da EY, em 2013 havia 29,5 milhões de pessoas trabalhando diretamente nas atividades ligadas à economia criativa no mundo. Estima-se que, naquele ano, essas indústrias produziram US$ 2,253 trilhões – o equivalente a todo o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do mesmo período ou a 3% da riqueza mundial.
Quem trabalha com economia criativa?
Em geral, são pessoas jovens, com alta produtividade, empreendedoras e de formação qualificada. Segundo a Unesco, no Brasil os profissionais ligados à economia criativa tem 17% mais anos de estudo que a média nacional dos trabalhadores, com base em dados de 2010. Por isso, as atividades criativas contribuem significativamente para dar emprego aos jovens, gerar riqueza e estimular o empreendedorismo.
E o Brasil no mundo da economia criativa?
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) de 2012 mostrou que 2,7% do PIB brasileiro em 2011 foi produzido pelos setores da economia criativa. No ano seguinte, o índice ficou em 2,6%. Segundo dados da Firjan citados pelo jornal O Globo, o PIB da economia criativa cresceu quase 70% em dez anos, acima dos 36,4% registrados pela economia brasileira como um todo. O governo federal estima em 400 mil o número de empresas atuando em setores ligados à economia criativa, o equivalente a quase 8% das firmas existentes no Brasil.
Para saber mais sobre economia criativa:
O Sebrae tem uma cartilha sobre o assunto aqui
A Firjan publicou um mapeamento da economia criativa no Brasil
O Projeto Draft tem um verbete bem completo sobre economia criativa
O CityLab publicou um ranking das 10 cidades mais criativas do mundo (em inglês)
Veja abaixo a programação do seminário do ITV: