Primeiro Plano Nacional de Segurança Pública
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Primeiro Plano Nacional de Segurança Pública
Em 2000, a situação de segurança pública preocupava todo o Brasil. É impossível comparar, no entanto, o que ocorria no início do século com o que ocorre em 2025.
O então ministro da Justiça, José Gregory, recebeu do presidente Fernando Henrique a missão de estruturar um Plano Nacional de Segurança Pública.
Mas houve um adendo: o presidente da República não queria apenas um plano repressivo. Ele queria que houvesse um eixo de prevenção social. Para o presidente, era fundamental focar nas famílias e na juventude.
A decisão estava tomada.
Foi aí que, no dia 12 de junho de 2000, no bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, ocorreu o sequestro do ônibus 174.
O Brasil assistiu, ao vivo, ao terror do sequestro e à morte da professora Geísa Firmo Gonçalves, que era o escudo humano do sequestrador.
Foi uma cena de horror.
Não havia redes sociais, e o povo brasileiro foi todo para a frente da TV.
O Primeiro Plano Nacional de Segurança Pública não nasceu por causa do sequestro do ônibus 174, mas é impossível não admitir que o plano foi antecipado em pelo menos seis meses.
Eu me lembro de que, no dia do sequestro, eu estava entrando no Ministério da Justiça e encontrei o ministro Gregory. Ele me disse: “Não dá mais para esperar.”
Foi um trabalho feito a muitas mãos, que exigiu que o Ministério da Justiça, o Gabinete de Segurança Institucional e a Secretaria de Estado da Assistência Social começassem a se reunir imediatamente para a construção do plano.
A Assistência Social tinha a diretriz do trabalho com famílias e juventudes e agregou o desenvolvimento comunitário.
E ganhamos uma área de emergência: 12 cidades no entorno de Brasília, que viviam altos índices de homicídios entre jovens.
No próximo texto, vamos contar como o plano começou a ser implantado nessas 12 cidades e o desenvolvimento do Centro Nacional de Formação Comunitária – Cenafoco.
Foi muito trabalho, e tudo tinha urgência.
Marcelo Reis Garcia
Assistente Social, Professor de Práticas Sociais, foi Secretário Nacional de Assistência Social, Secretário Municipal de Assistência Social, idealizador do Centro Nacional de Formação Comunitária e representante da Assistência Social no grupo gestor do Plano Nacional de Segurança Pública.


