Em entrevista ao “Roda Viva”, Doria destaca resultado de 100 dias de gestão em SP e defende reforma da Previdência

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Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o governador de São Paulo, João Doria, falou sobre os 100 primeiros dias do seu governo e ressaltou os bons resultados na área da segurança pública, carro-chefe da sua campanha.
“Nesses 100 dias, reduzimos todos os índices de violência no estado. São Paulo tem a melhor polícia militar do país. Não é um fato desses cem dias é um fato das últimas duas décadas. Tem também a melhor polícia civil e agora também tem comando”, disse.
Doria reiterou a importância da integração entre as polícias militar e civil para o sucesso de ações da inteligência do setor.

“Tem uma Secretaria de Segurança Pública com o General Campos, que comanda dois secretários executivos, um da polícia militar, outro da polícia civil. Com isso, nós integramos as duas polícias, em vez de disputarem. Fazemos um trabalho também de forma integrada com o Ministério da Justiça. Ação, determinação, planejamento e comando. É assim que estamos fazendo com a segurança pública em São Paulo”, frisou.

Reforma da Previdência
Na entrevista, Doria voltou a defender a aprovação da reforma da Previdência em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O governador acredita que a proposta será aprovada pelas duas Casas do Congresso até o fim de julho. “Quem esperou por 13 anos o fim da era do PT pode esperar mais três meses”, afirmou.

Sobre a tentativa do Centrão de retirar Estados e municípios do texto da Emenda Constitucional, o governador demonstrou insatisfação. “Sou inteiramente contra, sei que todos os governadores são contra isso e não vamos silenciar. Vamos falar com nossas bancadas. Isso seria um desastre e não há a menor condição de ser aprovado”, afirmou.

Doria também falou sobre a ausência de articulação para aprovação da matéria por parte de lideranças empresariais, como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Para o governador, falta um apoio explícito desses líderes à reforma da Previdência.”Onde estão as manifestações da Fiesp? Por que o Paulo Skaf não aparece? Onde estão as outras lideranças empresariais? O silêncio só ajuda quem não quer a reforma da Previdência”, disse Doria e completou: “Não silenciem, tenham atitude, tenham coragem”, cobrou.

Crise nos Estados
Doria defendeu também a aprovação de um Pacto Federativo no Brasil. “O ministro Paulo Guedes disse que vai enviar uma proposta ao Congresso Nacional ainda esse ano sobre o assunto. A meu ver, terá aprovação. O Pacto Federativo transfere aos governadores, obviamente na capilaridade às prefeituras, os recursos destinados a saúde, educação, transporte, habitação, segurança pública, entre outras áreas. Isso é a melhor política liberal que pode haver no país para que a capilaridade dos recursos chegue a quem mais precisa, que são os prefeitos”.

PSDB
Sobre os futuros rumos do PSDB, Doria sugeriu que os novos dirigentes da Executiva Nacional, a serem escolhidos no dia 31 de maio, façam uma ampla pesquisa junto aos brasileiros. “Defendo uma pesquisa nacional que avalie junto ao povo desde o nome do PSDB, até as suas posições, a sua atuação, o que fazer com aqueles que foram condenados e os que estão sob julgamento. Ouvir a opinião pública. E não fingir que estamos distantes da opinião pública e distantes daqueles que representam o direito majoritário do país que é o povo brasileiro. É essa sintonia que eu espero que o PSDB volte a ter até para poder ter um desempenho eleitoral, como também uma boa sintonia com o amplo desejo dos brasileiros”, disse.

Joao Doria afirmou ainda que o melhor caminho para o PSDB é o centro. “Partido de centro, liberal nas suas propostas econômicas, de bom diálogo, com a esquerda e com a direita; refutando os extremos, tanto da esquerda, quanto da direita”, defendeu.
Assim como o presidente do partido, Geraldo Alckmin, Doria ressaltou que o PSDB é independente em relação ao governo Bolsonaro.

“A nossa posição, a posição do meu partido PSDB, é apoiar todas as inciativas do governo Bolsonaro que sejam boas para o Brasil, a começar pela reforma da Previdência. Esta iniciativa e todas as outras que merecerem apoio do governador de SP e do meu partido, ele terá o nosso apoio. Isso não implica em alinhamento, nem em posicionamento ao lado do governo para tudo e para todos. Tanto é que nós não temos cargo em governo e nem pedimos contrapartida de nada, nem mesmo para apoiar a reforma da Previdência”, disse.

Ele também reiterou apoio ao prefeito de São Paulo, Bruno Covas, para disputar a reeleição na capital paulista. Covas sucedeu a Doria quando o atual governador se desincompatibilizou da prefeitura para disputar as eleições do ano passado, mas os dois haviam se distanciado depois que o prefeito fez uma série de mudanças no secretariado.

“O PSDB terá candidato em São Paulo e naturalmente será o prefeito Bruno Covas. Nós bancamos o Bruno, fizemos chapa pura em 2016. Ele tem sido um bom sucessor e terá um período longo pela frente”, disse.

Petrobras
Na entrevista, Doria criticou a Petrobras. Ele afirmou que a empresa de economia mista não deveria ter decidido fazer um aumento de 5,7% no preço do óleo diesel sem antes comunicar o governo federal. O aumento foi revogado por decisão do presidente Jair Bolsonaro na última sexta. “Faltou comunicação. Independência da Petrobras não significa silêncio. Ninguém pode tomar uma decisão como essa dentro de uma empresa sem dialogar antes com o acionista majoritário. E o acionista majoritário da Petrobras é o governo”, disse o tucano. Segundo Doria, “neste momento, o aumento do óleo diesel poderia provocar uma enorme consternação”.

Do site do PSDB

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