Candidatura de centro é a via democrática, afirma Yeda Crusius

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Os brasileiros procuram em 2022 uma alternativa à polarização entre as extremas direita e esquerda, e a candidatura de centro deve oferecer a “via democráticaâ€, afirmou a presidente do PSDB-Mulher, Yeda Crusius, em entrevista ao programa 90 Minutos, da Rádio Bandeirantes do Rio Grande do Sul.

“Ela será a primeira via. A gente fala ‘terceira via’ porque é Bolsonaro contra Lula, ou esquerda contra direita, e o centro é chamado de terceira via. Mas hoje você tem um país que já teve experiências das mais diversas, está olhando o que acontece no resto do mundo, e que quer a primeira via, a via democrática. Para ela acontecer, você ainda não tem o personagem da primeira via, o candidato de centroâ€, avaliou.

A presidente do PSDB-Mulher constatou que no atual cenário político, as instituições não têm funcionado como deveriam, entre elas a democracia eleitoral e representativa. O exemplo maior disso é o populismo construído ao redor da figura do presidente da República Jair Bolsonaro.

Para Yeda Crusius, o sistema de urnas eletrônicas pode, de fato, ser melhorado. No entanto, Bolsonaro cria uma narrativa política com o claro objetivo de descredibilizar as instituições públicas e fidelizar uma base de apoio para as eleições de 2022.

“Isso não é loucura, isso é método. Há método nessa loucura. Ele precisa arrumar a cada dia um conflito ou mais, um inimigo externo ou mais. Isso vem desde que o tempo é tempo. Os autoritários ou os totalitaristas, que são diferentes entre si, têm que arrumar um inimigo externo. No caso do totalitarismo, o poder está na pessoa. Quando se coloca como um mito, que não se sabe o que é, em uma pessoa, a tendencia ao autoritarismo é a primeira e ao totalitarismo é a segunda. Foi assim com o Hugo Chávez, com o Fidelâ€, ponderou.

Capacitação para mulheres
Durante a entrevista, Yeda Crusius contou que, em um tempo desafiador para toda a humanidade, a tecnologia surgiu como uma alternativa para a democratização do conhecimento. Foi quando, em meio à pandemia de Covid-19 e à campanha das eleições municipais de 2020, foi criada a Plataforma Digital PSDB-Mulher, ferramenta de integração e capacitação política de potenciais lideranças femininas.

“O mundo amadureceu e a pandemia mostrou que o mundo virtual está aí para valer, encolhendo espaços, fazendo uma nova forma de comunicação. Como estou há vários anos na política, tratando de capacitar mulheres para a política, aproveitei e fiz, entre aspas, um doutorado no mundo virtual. Construí uma plataforma digital de capacitação de mulheres para o Brasil. Contratamos uma empresa e eu aprendi muitoâ€, revelou.

Na visão da tucana, não há como fazer política hoje sem usar as ferramentas do mundo virtual, assim como não é possível construir uma democracia verdadeiramente forte sem a participação efetiva da maior parte da população brasileira: as mulheres.

“Atuo com mulheres de todo o Brasil. Lá no Amazonas, por exemplo, não tem acessibilidade para o mundo virtual. Tudo precisa de barco e vai daí por diante, elas estão mais afastadas. E aí não adianta, para fazer política ou qualquer outra coisa hoje você precisa usar ferramentas do mundo virtualâ€, disse.

Tempos de retrocesso
Ao mesmo tempo em que a tecnologia oferece alternativas de comunicação em tempos de isolamento, existe também o seu lado negativo. Para Yeda, boa parte do alcance que o discurso patriarcal e retrógrado tem tido nos dias de hoje se deve às liberdades oferecidas pelas mídias sociais aos indivíduos. Esse ambiente oferece espaço para que a polarização cresça.

“Qual é a notícia que vende? A escandalosa. A boa notícia não vende. Por isso a gente tem uma enorme dificuldade de conquistar pelo discurso que vá além das redes sociaisâ€, justificou. “A semente ruim que foi plantada foi essa semente ‘eles contra nós’, esse maniqueísmo que diz que se você não está comigo, está contra mimâ€, acrescentou.

Na contramão desse discurso, segundo a tucana, está o PSDB:

“O PSDB é uma instituição com raízes, que mostra ao longo do tempo não surtos, mas uma linha de condutaâ€, completou Yeda Crusius.

(*) Do PSDB-Mulher

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