As 11 perguntas dos senadores do PSDB que Dilma deixou sem resposta

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Os 11 senadores do PSDB estão inscritos para a fase de discussão do processo de impeachment Dilma Rousseff, etapa final do afastamento definitivo da presidente. Na segunda-feira, 29 de agosto, a petista prestou um depoimento ao Senado em que fugiu dos questionamentos dos tucanos e repetiu argumentos que não se sustentam com os fatos relatados no parecer do senador Antonio Anastasia, no qual estão comprovados os crimes de responsabilidade atribuídos a Dilma – as operações de crédito que desrespeitaram a Lei de Responsabilidade Fiscal e a edição de decretos orçamentários sem autorização do Congresso Nacional.

Veja os questionamentos feitos pelos 11 senadores do PSDB na histórica sessão de 29 de agosto:

Ricardo Ferraço (ES)
“A senhora faltou com a verdade e traiu a confiança do povo brasileiro. Não goza do direito de se autonomear como vítima, senão dos seus próprios atos impensados e danosos à população brasileira. Então, pergunto: onde estava seu compromisso quando praticou atos que atentaram contra a Constituição Federal, à qual jurou cumprir?”

 

Antônio Anastasia (MG)
Durante esse processo, estudei e analisei inúmeros documentos, ouvi dezenas de depoimentos, acompanhei as alegações. Por tudo o que vi e avaliei, concluí pela ocorrência do mencionado crime de responsabilidade com aparo nas provas”.

 

Aloysio Nunes (SP)
“Esse processo vai, sim, gerar precedentes sérios se a senhora perder seu mandato, porque nenhum governante haverá de abusar das suas competências e afrontar as regras que garantem a saúde financeira do Estado”.

 

Paulo Bauer (SC)
“O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e outras instituições pagam ao longo de muitos anos os programas sociais autorizados por lei. No ano de 2014, o governo permitiu que a conta se acumulasse por vários meses. Há quem diga que isso foi feito para dar sustentação ao seu discurso de que as contas públicas estavam em ordem”.

 

Aécio Neves
“Vejo que a presidente recorre permanentemente aos votos que recebeu como justificativa para todas as atitudes que tomou. O voto não é um salvo-conduto. Ele é uma delegação que pressupõe deveres e direitos, e o maior dos deveres de quem recebe votos é exatamente o respeito às leis, o respeito à Constituição”.

 

Cássio Cunha Lima (PB)
“A presidente optou mais uma vez por um discurso político. Perde a derradeira oportunidade de se defender contra os graves crimes que lhe são imputados. E esquece que esse impeachment não nasceu no Congresso Nacional. Esse impeachment nasceu nas ruas do Brasil. Golpe é vencer uma eleição mentindo para o país. Golpe é quebrar uma empresa como a Petrobras”.

 


José Aníbal (SP)

“Não estou aqui para julgar a senhora. Seria penoso para mim. Mas vou julgar suas pedaladas, seus decretos, seus crimes de responsabilidade e o conjunto de sua obra que tanto sofrimento impõe ao povo do Brasil. A senhora se tornou uma especialista em terceirizar suas responsabilidades durante essas longas horas aqui no Senado. A senhora não teve a humildade de reconhecer qualquer um dos seus graves erros”.

 

Ataídes Oliveira (TO)
“Já dizia um ditado popular que o diabo mora nos detalhes. Esse ditado é verdadeiro. Vejo que Vossa Excelência pode perder o mandato tão somente por esses dois crimes, diante de tantos outros que, imagino, venha a responder. Presidente Temer pegou uma herança maldita”.

 

Tasso Jereissati (CE)
“A verdadeira gênese da crise brasileira reside na falta de credibilidade do governo diante da população e dos mercados nacional e internacional. As chamadas ‘pedaladas’, os decretos de créditos suplementares ou o financiamento da dívida por bancos públicos em 2015, prática que se estendeu por anos nos governos petistas, são apenas a ponta do iceberg”.

 

Flexa Ribeiro (PA)
“Vossa Excelência insiste em afirmar que a árvore da democracia está sob ameaça de um machado. Na verdade, não existe machado, mas sim, uma tesoura de poda. Essa tesoura é a voz do povo brasileiro nas ruas; é a ação de parlamentares e homens públicos que buscam podar os ramos envenenados da árvore, comprometidos com a retomada da seiva do crescimento”.

 

Dalírio Beber (SC)
“A senhora venceu a eleição presidencial com 54 milhões de votos na mais acirrada disputa eleitoral da história. Mas não foi transparente em relação às dívidas do governo federal. Na campanha, apresentou uma condição irreal de que havia riqueza disponível para continuar os programas sociais, induzindo assim o eleitor a erro”.

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