Análise ITV: Governo não consegue protagonizar sua própria agenda

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O Governo avançou nos esforços de formação de uma base política através da construção de uma aliança prioritária com o Centrão. Sob o aspecto de suporte de sua agenda, isso é importante e até certo ponto positivo, faz parte do jogo político buscar alianças e compartilhar poder e tocar com tranquilidade a agenda política. Num ambiente de normalidade isto garantiria as condições mínimas necessárias para que os projetos do Executivo Federal pudessem, sem muitas dificuldades, serem votados e sua agenda reformista implementada.

Mas o Governo Bolsonaro insiste na estratégia do confronto, nas guerras ideológicas e, o pior, numa guerra contra as instituições. Essa estratégia está se demonstrando fracassada a partir do posicionamento dos demais Poderes que se utilizam dos remédios constitucionais para limitar os arroubos do presidente da República e aliados.

Aliados de primeira hora estão sendo presos e investigados pela disseminação de fake news. Até o Queiroz finalmente apareceu e pode provocar grandes abalos na República se decidir falar. A queda do ministro da Educação, Abraham Weintraub, pode ser visto como uma inflexão de Bolsonaro que, acuado, tenta dar sinais aos demais poderes de que sua retórica é para inglês ver. Seja como for, é o pior momento do Governo até aqui.

O Governo não consegue protagonizar sua agenda legislativa, ficando sempre dependente das articulações dos líderes do Congresso Nacional. No nosso radar, temos uma expectativa da votação da MP 922 que será relatada pelo líder do governo na Câmara. O Governo deseja como nunca aprovar um projeto que tenha o seu carimbo em todas as etapas do processo legislativo para mostrar o tamanho e força de sua base política.

Outra expectativa bem positiva é pela leitura e votação do novo marco legal do saneamento, que poderá ocorrer dia 24 de junho no Senado e com alta possibilidade de aprovação. Esse projeto tem uma grande importância para nossa retomada econômica, visto que pode significar uma injeção de R$ 600 bilhões em investimentos privados numa área em que o Brasil passa vergonha mundial.

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