Terrorismo social (Carta 922)
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Carta de Formulação e Mobilização PolÃtica, 21 de março de 2014, No. 922
As recentes investidas eleitorais do PT e de seus aliados deixam clara qual será a principal arma usada por eles na disputa deste ano: o terror. Além da tentativa de disseminar o medo, mistificações e mentiras compõem o cardápio da estratégia desonesta. É este o terreno onde os petistas se sentem mais à vontade para jogar. Episódio eloquente do vale-tudo a que petistas e aliados já estão se lançando aconteceu no inÃcio do mês em Barra do Corda, no Maranhão. Teve como protagonista o senador Edison Lobão Filho, que, o nome já revela, é filho do ministro de Minas e Energia do governo Dilma Rousseff. Deve agir, portanto, com carta branca oficial. Diz ele – ou melhor, mente ele: “Estou preocupado porque o candidato a presidente da República Aécio Neves declarou, anteontem, que ele é contra o Bolsa FamÃlia. (…) Aécio Neves, que já disse, em todos os jornais, em todas as emissoras de jornal e de televisão, que é contra o Bolsa FamÃlia, e que é contra o aumento que a presidenta Dilma havia dado do Bolsa FamÃliaâ€. Enganada, a plateia reage com apupos, conforme se vê no vÃdeo. Vale, a princÃpio, situar o protagonista. Lobão Filho tornou-se senador da República depois que seu pai se licenciou para integrar o ministério de Dilma. Como suplente, não recebeu um voto sequer para representar o povo maranhense no Senado. Agora, busca eleger-se governador de seu estado com o apoio da famÃlia Sarney, que reina lá há mais de 50 anos – perÃodo no qual o Maranhão passou a ocupar sistematicamente as piores posições nos rankings sociais do paÃs. Lobão Filho é apoiado pelo PT e enfrentará uma frente de partidos encabeçada pelo PC do B e integrada pelo PSDB. Estas são, portanto, suas credenciais. O oligarca Lobão Filho segue ao pé da letra a cartilha petista: explora a ignorância das pessoas, manipula sentimentos, dissemina medo e propaga mentiras. Armas que buscam funcionar como cabresto imposto a eleitores. Nada, nada mesmo, diferente do que vêm fazendo militantes e também autoridades do governo na guerra para tentar se manter no poder. Pelo seu alcance social, o Bolsa FamÃlia é uma das armas preferidas dos petistas e de seus aliados espúrios. Alcança cerca de 14 milhões de famÃlias – ou em torno de 50 milhões de pessoas – que o petismo quer ver tratadas como meras massas de manobra eleitorais. São os alvos prediletos de sua estratégia de terror. O Bolsa FamÃlia é um direito dos brasileiros e não uma dádiva concedida por seres iluminados. O programa nada mais é do que iniciativa criada no governo Fernando Henrique Cardoso, o Bolsa Escola, que ganhou novo nome na gestão Lula. Não é, portanto, propriedade do PT. Menos ainda deveria servir de instrumento de manipulação. Justamente para impedir o mau uso do programa, tramita no Congresso projeto de lei que torna os benefÃcios previstos no Bolsa FamÃlia – hoje tratados por mera lei ordinária – direitos resguardados pela Constituição. Assim tratado, o programa torna-se conquista assegurada dos brasileiros que dele dependem. É tudo o que o PT menos quer. A proposta, de autoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG), enfrenta a resistência de senadores petistas. A presidente Dilma também se recusa a orientar sua base de apoio a apoiar a iniciativa tucana. O mesmo acontece em relação a outro projeto de lei do senador que garante o pagamento do benefÃcio por perÃodo de, pelo menos, mais seis meses a quem conseguir empregar-se. À proposta, o PT deu parecer contrário. O PSDB não apenas apoia o Bolsa FamÃlia – até porque o criou. Defende também que o programa pague benefÃcios compatÃveis com os critérios monetários adotados pela ONU como necessários para superar a pobreza extrema. Hoje, este patamar resultaria em benefÃcios mÃnimos de R$ 83 e não nos R$ 77 que Dilma anunciou com alarde em fim de abril. O governo, infelizmente, também não concorda com isso. O que o senador Lobão Filho entoou no interior do Maranhão é o mesmo mantra que o PT impele seus seguidores a propagar Brasil afora. Pessoas simples, gente humilde são suas principais vÃtimas. Pouco parece importar: para o petismo, o povo brasileiro, em especial o mais carente, só serve mesmo é para dar voto. Ao PT, e sua sanha pelo poder a qualquer custo, o que interessa mesmo é a miséria eterna.