ITV e PSDB debatem propostas para a área social durante seminário em BrasÃlia
Publicado em:
Palestrantes
Eduardo Barbosa (deputado federal)
Solange Jurema (presidente do PSDB Mulher)
Fernanda Richa (Secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social do Paraná)
Leda Borges (Secretária Cidadania, Trabalho e Mulher do Estado de Goiás)
Heitor Pinheiro (Secretário de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda do Pará)
Maria do Carmo Brant (Secretária Adjunta de Conteúdo de Desenvolvimento Social em São Paulo)
Valdiney Arruda (Secretário de Trabalho e Assistência Social do Mato Grosso)
Mansueto Almeida (economista)
O Instituto Teotônio Vilela e o PSDB realizaram, nesta quinta-feira (10/03), o Seminário “Caminhos para o Brasil – Socialâ€, com o objetivo de debater e apresentar propostas para as áreas de assistência social, cidadania, infância e juventude, idosos, mulheres, pessoas com deficiência, combate à fome, emprego e renda. Sob o comando do presidente do ITV, José AnÃbal, e do presidente do PSDB, Aécio Neves, o seminário também marcou o lançamento do Caderno “Travessia†– um compilado de 126 sugestões de projetos na área social, que poderão ser adotadas por prefeitos e candidatos tucanos à s eleições municipais.
O Seminário foi aberto pelo deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que traçou um histórico da implantação das polÃticas sociais no Brasil . “A consolidação dos programas sociais que temos hoje se deu a partir dos benefÃcios criados no governo Fernando Henrique Cardoso. Não podemos repetir a frase ‘nunca antes nesse paÃs’, porque não é verdadeâ€, afirmou o deputado – um dos maiores especialistas da área no Congresso Nacional.
Segundo Barbosa, o governo Fernando Henrique recebeu das gestões que o antecedeu os indicadores necessários para dar inÃcio a programas que mais tarde se unificaram até chegarem à rede de assistência existente hoje. O deputado também fez uma autocrÃtica, argumentando que o PSDB não associou sua imagem a isso, quando na verdade sempre teve seu trabalho atrelado ao social, à assistência e à busca pela redução das desigualdades.
Segundo ele, foi o estabelecimento dos fundos sociais dos estados e dos municÃpios que permitiram a criação de uma nova sistemática. “A implantação dessa lógica foi um desafio, pois a pseudopolÃtica de assistência que havia, até então, estava centralizada nos gabinetes dos gestores que distribuÃam os benefÃcios aos seus eleitoresâ€, destacou. Segundo ele, toda uma lógica foi mudada e as filas nos gabinetes dos prefeitos praticamente acabaram, pois os benefÃcios passaram a ser concedidos a quem tinha cadastro. Foi a partir de então que, de fato, começou o enfrentamento da pobreza com a criação do Bolsa Escola e demais benefÃcios. No final do governo foi estabelecido o Cadastro Único. Outro ponto lembrado pelo deputado foi a criação dos Centros de Referência e Assistência Social (CRAS).
“Hoje temos uma polÃtica positiva, oportuna e necessária para garantir o mÃnimo que o cidadão necessita para transpor a situação em que se encontra. O papel do PSDB foi fundamental. Trata-se de um partido do social, mas ainda estamos longe do diálogo com as pessoas que são beneficiadas por toda essa rede, que pensa que somos uma legenda contrária ao socialâ€, alertou Barbosa.
Secretários tucanos falam sobre polÃticas sociais nos estados
O Seminário “Caminhos para o Brasil – Social†também contou com a presença dos secretários da área em governos do PSDB. A mesa de debates foi mediada pela presidente nacional do PSDB Mulher, Solange Jurema. Ela criticou a “perversa distribuição fiscal†que deixa as polÃticas públicas de estados e municÃpios à mercê do governo federal. “As polÃticas sociais são tão importantes quanto as polÃticas econômicas. Elas têm que andar juntas para que alcancemos o desenvolvimento que queremos em todo o nosso paÃsâ€, disse.
Secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social do Paraná, Fernanda Richa enumerou iniciativas da gestão do governador Beto Richa que deram certo, como o programa “FamÃlia Paranaenseâ€. O projeto reestruturou os municÃpios, atendendo a 92 mil famÃlias no primeiro mandato do governador. A meta para o segundo é de 200 mil famÃlias beneficiadas. Ela também lamentou a opção da gestão da presidente Dilma Rousseff por uma “propaganda enganosa†que fez com que as pessoas ascendessem economicamente, mas continuassem sem acesso a serviços básicos – saúde, educação, empregos.
Heitor Pinheiro, secretário de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda do Pará, considerou fundamental a integração dos serviços públicos. Ele citou que o governo paraense criou o Ãndice do Progresso Social (IPS), que, em cruzamento com o Ãndice de Desenvolvimento Humano (IDH), serve como base para a priorização de ações e áreas de atuação.
A secretária Cidadania, Trabalho e Mulher do Estado de Goiás, Lêda Borges, destacou a reforma administrativa promovida no estado, que transformou as 17 pastas da gestão em apenas 10. “O corte nas despesas de pessoal e custeio promoveu uma economia de R$ 25 milhões, o que ajudou na manutenção dos programas sociaisâ€, disse.
Maria do Carmo Brant, secretária Adjunta de Conteúdo de Desenvolvimento Social em São Paulo, enfatizou que não basta apenas trabalhar a pobreza, é preciso “agir de forma articulada intersetorialmente com outras polÃticasâ€. Segundo ela, o governo paulista tem procurado fortalecer as redes de serviços sociais dos municÃpios com o “FamÃlia Paulistaâ€, programa de combate à pobreza e atenção à famÃlia inspirado pelo “FamÃlia Paranaenseâ€.
Já o secretário de Trabalho e Assistência Social do Mato Grosso, Valdiney de Arruda, ressaltou que o paÃs precisa repensar os fundos constitucionais e aprimorar os mecanismos de diagnóstico dos problemas sociais. “Não vamos encontrar o remédio se não soubermos a doençaâ€, destacou. Ele completou dizendo que o Brasil deve olhar para frente, não repetindo os erros do passado, para que se consiga “pautar na polÃtica brasileira o desenvolvimento social, do mesmo modo que discutimos a questão econômicaâ€.
Mansueto: paÃses mais ricos gastam mais com o social
Em sua palestra, o economista Mansueto Almeida afirmou que não faz sentido falar em crescimento econômico sem falar em crescimento social. Segundo ele, os paÃses que mais gastam com polÃtica social não são os mais pobres e sim, os mais ricos. “Crescimento das despesas neste ano será de R$ 87 bilhões, o que vai agravar desequilÃbrio fiscal do paÃs. Mas, se a economia tivesse crescendo 3%, o gasto do governo poderia crescer R$ 100 bilhões que não havia problemaâ€, afirmou. Segundo ele, no ano passado, o paÃs gastou R$ 1,3 trilhão com pagamento de juros, enquanto o gasto social foi de R$ 70 bilhões.
“Em 2003, quando Lula assumiu o governo, o ajuste fiscal necessário foi de R$ 30 bilhões. A dÃvida do Brasil terminou janeiro deste ano em 67% do PIB. É a maior dÃvida entre os paÃses emergentesâ€, completou.  De acordo com Mansueto, em 2018, para estancar o crescimento da dÃvida, o Brasil terá que fazer um esforço fiscal de R$ 300 bilhões. “O próximo governo, esse sim, receberá uma herança maldita, concluiu.
PSDB nunca esteve distante das questões sociais, diz Aécio
Aécio Neves ressaltou em seu discurso a trajetória do PSDB no combate à hiperinflação, no apoio ao Plano Real, na implantação dos marcos da economia e dos primeiros programas de transferência de renda, iniciados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, o PSDB nunca esteve distante das questões sociais. “Não houve nenhuma polÃtica de inclusão maior na história recente do paÃs, e incluo o Bolsa FamÃlia, do que o Plano Real, do que a estabilidade da moeda, que tirou o imposto inflacionário das costas de dezenas de milhões de brasileirosâ€, destacou Aécio Neves durante o debate.
O presidente do PSDB fez um alerta sobre o impacto do agravamento da crise econômica sobre a população mais pobre e sobre a forte redução dos investimentos federais na saúde, educação, saneamento e em programas como o Bolsa FamÃlia, o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec. “Assistimos à presidente Dilma dizendo que os programas sociais estavam preservados. Mentira. Não estão. Todos eles com orçamento minguando, porque quando há falência econômica, quando há a destruição da capacidade de o paÃs crescer quem sofre primeiro são os mais vulneráveis, os que dependem desses programasâ€, criticou.
Debates sobre a questão social serão levados para todo o Brasil
O presidente do ITV, José AnÃbal avaliou que “faltou convicção†ao PSDB para reafirmar suas polÃticas sociais e que o partido “perdeu sua narrativa†para a área. “O PSDB viveu um momento de passagem para assumir os desafios da hora. Esse momento, porém, ficou inconcluso, seja premido pelas circunstâncias eleitorais, seja por escassez de conceituação e compromisso com o que representa a social democracia contemporâneaâ€, disse.
“Levaremos essa reflexão sobre as questões sociais para todo o Brasil durante diversos encontros regionais que realizaremos. Mesmo com o enorme déficit nas contas públicas, pudemos ver aqui nos depoimentos dos secretários o quanto avançamos na questão social nos estados administrados pelo PSDBâ€, complementou. “Temos que pensar num arranjo polÃtico que nos tire dessa situação. No próximo dia 13, domingo, vamos à s ruas contra o 13 e todos os malfeitos desse governo petista que tanto infelicita nosso paÃsâ€, finalizou José AnÃbal.
“Quero deixar claro que esse não é apenas mais um dos inúmeros seminários que PSDB realizou. Esse é o mais emblemático de todos e é o inÃcio do reencontro do PSDB com a sua própria história. Vamos olhar para trás e andar de cabeça erguida dizendo que foram tomadas no governo do Fernando Henrique as mais importantes medidas de proteção social que esse paÃs já viveu. Se foram ampliadas, recebem o nosso aplauso, mas todas hoje correm enorme risco pelo desatino de decisões tomadas por um governo incompetente, de um lado, e irresponsável por outro, que privilegia o marketing ao invés das polÃticas sociais, que pensa sempre nele em primeiro lugar e não no Brasil que ele governaâ€, completou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves.
LEIA AQUI A SÚMULA DO SEMINÃRIO
Confira as palestras e discursos
Abertura – José AnÃbal