Sem condições para continuar (Carta 1012)

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Dilma Rousseff não tem condições de continuar na presidência da República por mais quatro anos. Os resultados de sua gestão são frustrantes, sua campanha eleitoral é vergonhosa. Sem qualquer constrangimento, a candidata desempenha o papel que o jogo sujo do PT lhe designou. Vai perder a eleição perdendo a dignidade. A presidente da República está aviltando o cargo que ocupa há quatro anos, por delegação do voto dos brasileiros. Aceita protagonizar um dos scripts mais baixos de que se tem notícia na história recente da política brasileira. Se alguém chegou perto do que ela hoje faz, foi Fernando Collor, hoje aliado do PT. Os debates eleitorais se sucedem e Dilma se recusa a discutir o Brasil do presente. Insiste em comparar bananas com laranjas ao perseverar numa distorcida releitura do passado. Mistura sua gestão com algum êxito alcançado pelo seu antecessor para tentar dar algum tom positivo a resultados de coloração sempre vermelha, negativa. Dilma é presidente há exatos três anos, nove meses e 17 dias. Com sua postura na eleição, parece nunca ter pisado no Palácio do Planalto. Parece jamais ter tido qualquer responsabilidade pelos descalabros em série que se revelam ou pela evidente piora dos serviços que dependem do governo – do governo que é o dela desde 1° de janeiro de 2011. Carta de Formulação e Mobilização Política, 17 de outubro de 2014, No. 1012 A candidata-presidente não tem respostas para a saúde que hoje é a maior preocupação dos brasileiros. Não tem atitudes para a violência que no governo atual bate recorde histórico. Trata a educação à base de slogans, mas não se preocupa em transformá-la no passaporte para o futuro das novas gerações. Dilma não tem respostas nem atitudes diante da inflação, que em nenhum dos 45 meses de seu mandato atingiu a meta de 4,5% e ora se aproxima perigosamente dos 7% anuais em várias capitais do país. Não oferece saídas para uma economia que simplesmente não cresce – no acumulado até agosto, são só 0,04%, segundo o Banco Central. Não oferece reação a um mercado de trabalho que, mês após mês, mingua: só neste ano, foram gerados 418 mil empregos a menos no país em comparação com o mesmo período de 2013. Mas o ponto mais baixo da biografia de Dilma será mesmo o papel que ela vem desempenhando de bom grado nestas eleições: a de quem rebaixou o nível do debate para raias como há muito não se via, a de quem tomou parte no jogo imundo do petismo. O desespero da candidata à reeleição deságua num vale-tudo que não condiz com o anseio dos brasileiros por um país melhor. O figurino que Dilma Rousseff enverga, seu governo de fracassos e a frustração que ela representa foram confrontados, e derrotados, no debate promovido ontem pelo SBT.

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