
Dias piores virão (Carta 1079)
Publicado em:
Carta de Formulação e Mobilização PolÃtica, 10 de fevereiro de 2015, No. 1079
A avaliação que os brasileiros fazem da situação econômica e social do paÃs está degringolando a olhos vistos. Infelizmente, porém, o pior ainda está por vir. O quadro atual está distante do que deverá ocorrer no paÃs nos próximos meses, quando as maldades do governo petista estiverem valendo de verdade. Por ora, os brasileiros vivem a ressaca de uma eleição vencida à base de muita mentira, promessas frustradas e uma prática de governo diametralmente oposta à discurseira dos palanques. Desde a reeleição, lá se vão cento e poucos dias de desmentidos quase cotidianos à s promessas de campanha. O povo não aceita. O corte de benefÃcios sociais, o aumento de impostos e tarifas públicas, a alta dos juros e da inflação, a elevação do desemprego apenas começaram a despontar no horizonte. Só irão se manifestar com cores realmente fortes daqui a algumas semanas. Aà o que hoje está no campo das expectativas passará a ser constatação: a vida no paÃs está mais difÃcil. Se o governo avalia que sua situação atual é ruim, é melhor estar preparado para enfrentar a tormenta que virá. Enquanto para os petistas o que está em jogo é popularidade e preservação de um projeto polÃtico, para a população o buraco é muito mais embaixo: o que está ameaçada é a sobrevivência diária. Não surpreende o pessimismo dos brasileiros. Crescimento, investimentos e consumo estão se retraindo. Diante da avalanche de corrupção, cresce a sensação de desalento. Na eleição, Dilma Rousseff dizia que tudo isso não passava de esperneio artificial da oposição. O mau humor se nutre de uma realidade que se deteriora a olhos vistos. A inflação de janeiro passado foi a maior em 12 anos e as previsões para este ano pioram a cada semana. Os prognósticos para o crescimento do PIB afundam e agora já estão zerados. Segundo o Datafolha, para 55% da população a situação econômica do paÃs irá piorar nos próximos meses. Trata-se do mais alto nÃvel de pessimismo em relação à economia desde que a questão começou a ser abordada pelo instituto, em dezembro de 1997. Oito em cada dez brasileiros esperam que a inflação vá aumentar; há dois meses, eram 54%. Desde que o paÃs reconquistou a estabilidade com o Plano Real em 1994, nunca o temor diante da carestia foi tão agudo entre os brasileiros quanto agora. Pessimismo similar afeta as expectativas quanto ao desemprego: 62% acham que ele vai subir. O governo apostou todas as suas fichas na sua capacidade de iludir os cidadãos. Fiou-se na preservação do emprego, que logo começará a ratear. O suposto poder ilimitado do marketing petista de manipular a realidade não é capaz de fazer frente ao duro dia a dia enfrentado pela população. O paÃs está mergulhado num universo de desencanto, mas ainda vai piorar bastante.
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