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“Ideologias e eleições”, por Marcus Pestana
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O ambiente polÃtico continua carregado. Fascista, comunista, genocida, ladrão, corrupto, homofóbico, misógino, presidiário são algumas das caracterizações usadas pelos militantes para interagir com adversários. PolÃtica não é guerra. Não busca aniquilar inimigos. O ideal é que os navios não sejam queimados e que haja espaço para o diálogo pós-eleitoral. A polÃtica é meio e não fim. É ferramenta de construção de consensos.
Polarização sempre houve. Abolicionistas e republicanos contra a Monarquia. Integralistas contra comunistas e ambos contra o Estado Novo. Carlos Lacerda e a UDN contra Vargas, JK e Jango. Arena versus MDB. PSDB e PT na Nova República. O problema é que hoje os espaços de diálogo quase inexistem. A radicalização excessiva é aguçada pela dinâmica das redes sociais e a mobilização de suas bolhas. A sensatez e o equilÃbrio não têm audiência. Esquerda e direita são conceitos transformados em xingamentos recÃprocos, vazios de qualquer significado substantivo.
Vamos tentar repor alguma ordem nesta discussão. As opções que fazemos em eleições carregam algum sentido ideológico. Ideologia é um conjunto de valores, princÃpios e doutrinas que norteiam nossa postura frente a vida e o mundo. A maioria da população não tem uma visão ideológica organizada, mas todos têm um conjunto de valores e pontos de vistas sobre os rumos desejáveis.
Durante o século XX havia três grandes campos ideológicos: o liberalismo, a socialdemocracia e o comunismo. Mas todos sofreram abalos. O liberalismo foi desnudado pela crise de 1929 e pelo recente tsunami de 2009. Foi fortemente representado pelos governos Reagan e Thatcher, dando origem ao neoliberalismo. Em grande parte, foi uma resposta ao esgotamento das possibilidades fiscais de expansão do Estado do Bem-estar Social, o que encurralou nas cordas a socialdemocracia, que também teve que mudar sua visão de Estado e incorporar a noção de responsabilidade fiscal. Há espaços de convergência entre social-liberalismo e social-democracia. Já o comunismo caiu como “Castelo de Cartas†na dissolução da URSS e na queda do Muro de Berlim.
Portanto não haverá, no Brasil, em 2022, nenhum embate entre capitalismo e comunismo, nenhuma guerra fria, presente apenas nas cabeças de partidos anacrônicos e pequenos de extrema esquerda e nas fantasias dos seguidores de Olavo de Carvalho. Não há entre as principais candidaturas presidenciais ninguém que represente o conservadorismo clássico de Edmund Burke e Roger Scruton, o liberalismo de Friedrich Hayek e Milton Friedman, o fascismo de Mussolini ou a herança de Marx e Lênin.
Haverá um embate entre o chamado populismo autoritário iliberal e a socialdemocracia de vários matizes. No campo socialdemocrata há candidaturas menos estatistas e mais pró-mercado e que carregam a noção de responsabilidade fiscal, sem esquecer as polÃticas sociais. Outras são mais intervencionistas e carregam uma visão reciclada do nacional-desenvolvimentismo. A dose de ortodoxia ou pragmatismo também varia.
No final e ao cabo, o importante é cobrar dos candidatos a explicitação de suas ideias e de seu programa de governo. Podemos nos xingar de comunistas e fascistas, sem acrescentar uma linha de avanço na história brasileira. Inversamente, podemos transformar as eleições no nascedouro de um novo Brasil. A escolha é nossa.
(*) Economista, diretor do Conselho Consultor do ITV, foi deputado federal pelo PSDB-MG
Ponto de vista
“Humildade pra ouvir e aprender, coragem para avançar sempre mais. É isso que me move!
Matheus Ribeiro
“A correria é grande, mas a força de vontade é maior! Acordo todos os dias motivado para mudar a realidade da Bahia e do Brasil. Lutar pela felicidade de um povo que merece muito mais. Esse é o meu grande objetivo, e estar em BrasÃlia, pronto para a luta, é gratificante.â€
Adolfo Viana
“O PSDB tem orgulho de ser um partido de centro, propositalmente distante das posições extremadas e busca estar próximo da média do pensamento polÃtico brasileiro que não gosta dos radicalismos.”
Paulo Abi-Ackel
“Precisamos estimular os pré-candidatos para que estejam cada vez mais qualificados e preparados para representar os anseios da população e assim consigam exercer suas funções da melhor maneira possÃvel.â€
Lucas Redecker
“Sobretudo em momentos de polarização e acirramento ideológico, temos a obrigação de cultuar e proteger as liberdades individuais, a democracia, a tolerância, o não uso da violência.â€
Pedro Cunha Lima
“O dia 20 de novembro marca a importância das discussões e ações para combater o racismo e a desigualdade no paÃs. Também refletimos sobre os avanços e os desafios na luta do povo negro na efetivação da igualdade de oportunidades sendo protagonista de sua própria historia. Para isso precisamos ocupar os espaços de poder e decisão, pois não há democracia sem igualdade de oportunidades.â€
Gabriela Cruz
“O Brasil não tem mais espaço para autoritarismos, estejam eles em qualquer esfera de poder. Não há mais espaço para divisões entre nós e eles. Antes do embate, precisamos de composição. Antes de qualquer coisa, cicatrizar as feridas, e não abrir novas. Antes de nomes, ideiasâ€
Eduardo Leite
“Encontro neste plenário muitas opiniões divergentes das minhas. Nenhuma delas me autoriza a desrespeitar quem também foi eleito pelo voto popular, nem desrespeitar a ninguém.â€
Geraldo Resende
“Exercitar a cidadania, promover a qualificação e oportunizar o emprego. Esses são os pilares da melhoria e da qualidade de vida para todos os cidadãos.â€
Lêda Borges
“É impossÃvel um paÃs ser competitivo se não tiver recursos para investir nas diversas áreas que promovem o crescimento econômico: indústria, serviços, inovação e pesquisa, capital humano, infraestrutura. E o nÃvel de competitividade será menor ainda se, mesmo que tenha recurso, gastar mal e se planejamento.â€
Vitor Lippi
“É importante ouvir as pessoas para entender as necessidades dos cidadãos e propor ações que realmente façam a diferença em suas vidas.â€
Beto Pereira
“Recurso público tem que ser igual o orçamento de casa, tem que ser bom, bonito e barato. Aquele tempo da maquiagem ficou no passado.â€
Cinthia Ribeiro
“Espero que essa polarização fique para trás e possamos focar em temas relevantes ao invés dessa disputa ideológica, que não muda a vida de ninguém. Todas as boas iniciativas terão meu apoio. Vou a BrasÃlia trabalhar muito por um paÃs melhor e mais justo para todos.â€
Paulo Alexandre Barbosa
“O meu modelo de governo prioriza os municÃpios. Porque quando a cidade cresce, o estado cresce junto.â€
Eduardo Riedel
“Não existem salvadores da pátria, muito menos um lado melhor que o outro. Quem deseja o fracasso dos governos esquece que esta dentro do mesmo avia e que o piloto precisa fazer bem o seu trabalho. Que não significa aceitar todas as decisões, afinal, a discordância fortalece a democracia.â€
Daniel Trzeciak
“Para levar em conta as peculiaridades e as necessidades de cada população local, ninguém melhor do que o prefeito ou a prefeita. Por isso, a gente precisa ter recurso, autonomia financeira para poder fazer a polÃtica pública moldada à s necessidades de cada região. Quando a gente conseguir virar essa chave, nós vamos dar um salto de qualidade na administração pública.â€
Paula Mascarenhas
“A participação das mulheres na polÃtica deve ser prioridade para a construção de um paÃs mais moderno e justoâ€
Bruno Araújo
“Enquanto governávamos, o PT resistiu a tudo que impulsionava o Brasil: da Lei de Responsabilidade Fiscal ao Plano Real, passando pela reforma trabalhista e tributária.
Somos contra o que não ajuda o paÃs a crescer. Nosso foco é sempre no melhor para o Brasil.â€
Marconi Perillo
“O verdadeiro regime democrático só existe se os dirigentes eleitos se submeterem à lei e ao juÃzo do povo, através da prestação de conta, cientes da responsabilidade inerente à s funções que exercem.â€
Dagoberto Nogueira
“Vamos atuar conscientemente para fiscalizar as ações do governo e votar a favor das iniciativas que representem a vontade do povo brasileiro. Não faremos oposição sistemática, mas também não teremos alinhamento automático. Cada assunto será debatido em profundidade, para que tenhamos o melhor discernimento em favor do Brasilâ€
Beto Richa
“Devemos garantir que todos tenham direito de aprender, ter independência e realizar sonhos. Vamos juntos pela educação.â€
Raquel Lyra
“Toda crÃtica que uma mulher na polÃtica recebe é violência e machismo? Não. Mas toda violência e machismo que uma mulher recebe na polÃtica vem mascarado de crÃtica.â€
Aava Santiago
“Todos nós devemos trabalhar para que o Brasil volte a ser um paÃs tolerante e de respeito à s opiniões e aos poderes.â€
Tasso Jereissati
“Governar é escolher e nós escolhemos dar para aqueles que precisam.â€
Bruno Covas
“De polÃtica a mulher entende. PolÃtica é vida, e a mulher leva vida para a polÃtica.â€
Débora Almeida
“ Jamais deixemos de fortalecer nosso compromisso com a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e democrática.â€
Cris Correia
“Cuidar do meio ambiente e das populações da floresta é um desafio necessário. Não dá para falar em preservação, enquanto as pessoas ainda precisarem do básico para sobreviver. É possÃvel desenvolver com sustentabilidade. E nós somos exemplo disso.â€
Plinio Valerio
“Eu acho que o Centro terá um papel extremamente estratégico, dada a radicalização que tomou conta da polÃtica brasileira. Nosso papel é esse: radicalizar no centro, na convergência.â€
Aécio Neves
“A oposição entre ‘velha’ e ‘nova’ polÃtica não leva à boa polÃtica de que precisamos.â€
Fernando Henrique Cardoso
“Hoje, nós já somos em quase 15%, mas precisamos avançar, precisamos ocupar esses espaços. Por quê? Queremos estar à frente dos homens? Não, não é esse o objetivo. Na minha visão, nós precisamos estar ao lado, discutindo polÃticas públicas com igualdade. É isso que nós queremos.â€
Geovania de Sá