As boas-novas do Datafolha (Carta 936)

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Carta de Formulação e Mobilização Política, 10 de junho de 2014, No. 936

O detalhamento da mais recente pesquisa de intenção de votos feita pelo Datafolha sugere que a oposição tem uma pista livre para decolar nos próximos meses até a eleição de outubro. Tudo indica que o tempo do PT está chegando ao fim. Está se aproximando a hora da mudança. Ufa! O resultado geral mais significativo é a persistente queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff. Desde fevereiro, ela perdeu dez pontos e hoje tem 34%. As quedas mais acentuadas ocorreram no Norte e no Nordeste. Também não aconteceu a decantada decolagem que João Santana, no alto de toda a prepotência, previu em outubro do ano passado. Num eventual segundo turno, a petista já sente o calor da aproximação de Aécio Neves. Na simulação feita no início deste mês, a diferença a favor da candidata-presidente é de apenas oito pontos percentuais: 46% a 38%. Há quatro meses, em fevereiro, na mesma simulação Dilma tinha simplesmente o dobro das intenções de voto do tucano: 54% a 27%. Em estados cruciais como São Paulo, que reúne 22% do eleitorado brasileiro, a presidente já está atrás de Aécio nas simulações de segundo turno (46% a 34%) e aparece tecnicamente empatada com ele na disputa em primeiro turno: 23% a 20%, segundo informa a Folha de S.Paulo em sua edição de hoje. Ainda em relação a um cada vez mais certo segundo turno, Aécio vence Dilma nas regiões Sul e Sudeste enquanto no Centro-Oeste há rigoroso empate. A rejeição à candidata-presidente vem subindo e hoje já é a maior entre todos os candidatos (35%), enquanto a de Aécio é declinante e hoje encontra-se em 29%. O caldo geral a favor da mudança continua engrossando: 74% dos entrevistados pelo Datafolha pedem um governo que tome atitudes diferentes do que faz a gestão Dilma. Para 21% dos entrevistados, Aécio é quem está mais preparado para fazer as transformações que o Brasil precisa – o percentual equivale ao dobro dos que pensavam assim em fevereiro. Dilma é apontada agora por 16%. Todo o bom desempenho do senador tucano acontece a despeito do bombardeio propagandístico que o governo federal promove em rádios e televisões de todo o país tentando apropriar-se de realizações que, na maioria dos casos, nem dele são – como acontece em Minas e em São Paulo, para ficar apenas em alguns poucos exemplos. As chances de Aécio ganham ainda maior relevância quando se sabe que, segundo o Datafolha, ele ainda é pouco conhecido pela população em geral. Enquanto 55% dos entrevistados dizem conhecer Dilma muito bem, apenas 19% afirmam o mesmo em relação ao ex-governador de Minas Gerais. Ou seja, à medida que começa a ser mais bem conhecido, Aécio sobe. Do potencial de maior conhecimento do candidato do PSDB também pode depender a migração dos que hoje se mostram desalentados com as eleições e indicam disposição para votar branco, nulo ou abster-se em outubro. Nesta condição encontram-se 30% dos brasileiros, que ora se declaram sem candidatos. Os resultados do Datafolha – que ouviu 4.337 pessoas, mais que o dobro do usual – corroboram outras pesquisas de outros institutos. Ou seja, não são pontos fora da curva. A eleição, de fato, caminha para favorecer a escolha de um novo rumo para o Brasil. Não é por outra razão que o desespero ora campeia nas hostes petistas, a ponto de Lula deitar críticas, dia sim dia também, ao governo de sua pupila. Agora, Lula, é tarde.

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