A apoteose da mediocridade

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A economia brasileira continua sua trajetória de mediocridade. A atividade econômica voltou a cair em julho, prenunciando que o crescimento vistoso do PIB no segundo trimestre foi mesmo apenas um espasmo. Dilma Rousseff caminha para ser um dos três presidentes da República com pior desempenho neste quesito em mais de um século de história. Nesta manhã, o Banco Central divulgou seu índice de atividade econômica (IBC-Br). O resultado veio mais ou menos dentro do esperado: a economia brasileira caiu 0,33% em julho. Tudo indica que, quando os resultados oficiais do trimestre que acaba daqui a duas semanas forem conhecidos, o PIB do país terá sofrido retração no perí­odo. O IBC-Br de julho espelha retração de 2% verificada na indústria naquele mês, queda apenas em parte compensada pelo bom resultado do varejo, que cresceu 1,9%, conforme divulgou o IBGE ontem. Foi a terceira queda mensal do indicador do BC neste ano: em fevereiro, já havia caí­do 0,39% e, em maio, 1,48%. O IBC-Br funciona como espécie de antecedente do índice oficial das contas nacionais, aferido pelo IBGE e divulgado a cada três meses. Segundo o indicador do BC, a economia brasileira cresceu 2,11% nos últimos 12 meses, na série dessazonalizada. É bem próximo à previsão média dos analistas de mercado para o desempenho da nossa economia neste ano: 2,35%. Para o próximo ano, a estimativa é praticamente a mesma (2,28%). A se confirmarem estes prognósticos, o Brasil terá crescido uma média de exatos 2,06% ao ano durante o perí­odo do governo da presidente Dilma. Será um dos piores desempenhos no mundo e também em toda a história republicana do país. Segundo estudo feito pelo professor Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, numa lista de 30 presidentes da República somente Fernando Collor de Mello e Floriano Peixoto saí­ram-se pior que Dilma. Aquele, primeiro presidente a sofrer impeachment na nossa história, dispensa explicações; este, que governou entre 1891 e 1894, enfrentou séria crise institucional e política. No topo da lista elaborada por Gonçalves aparece Garrastazu Médici, que não é exemplo para nada nem para ninguém. Mas no quinto lugar está Juscelino Kubitschek, cujo governo democrático levou o Brasil a crescer 8,1% ao ano. Para se ter ideia do que isso representa, significa dizer que, mantido o ritmo do fim da década de 50, o PIB brasileiro teria duplicado em nove anos; com Dilma, levaria 35. A presidente petista não faz feio apenas no cotejo com a história brasileira. Faz papel ainda pior quando o desempenho econômico de seu governo é comparado ao resultado que outros países vêm obtendo neste exato momento. Enquanto o Brasil avançará somente 2% ao ano durante o mandato de Dilma, o mundo crescerá 3,5% em média, de acordo com levantamentos do Fundo Monetário Internacional. Os países em desenvolvimento – grupo de economias com padrão similar ao do Brasil – crescerão mais ainda: 5,4%. Em todos os anos do perí­odo 2011-2014 foi ou será assim: estaremos sempre para trás. “Na perspectiva histórica o governo Dilma é a apoteose da mediocridade. O crescimento econômico é medíocre pelos padrões internacionais atuais e pelos padrões históricos brasileiros”, escreve Gonçalves. “Durante este governo o Brasil fica para trás e isto não se explica pelo que acontece no mundo.” Não precisa dizer muito mais.

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