Sombrias revelações (Carta 1082)

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Carta de Formulação e Mobilização Política, 13 de fevereiro de 2015, No. 1082

Mais uma vez em sérios apuros, novamente o PT tenta colocar de pé a teoria de que todos são iguais na imundice. Quando mais insiste em tentar nivelar a política brasileira por baixo, mais o partido do mensalão e do petrolão se vê enroscado em tenebrosas transações. Conosco não, violão! Ontem veio a público novo depoimento de Alberto Youssef indicando que próceres de primeira linha do petismo eram responsáveis por recolher o dinheiro sujo desviado de contratos da Petrobras. Os drenos da corrupção não estavam enterrados apenas na lama; passavam dentro do Palácio do Planalto. Segundo o doleiro, pelo menos dois ex-ministros da Casa Civil estiveram envolvidos no esquema: José Dirceu e Antonio Palocci. Diz muito de um governo e de um partido a revelação de que, no segundo cargo mais importante da hierarquia de poder, estava gente com este cabedal. (Não custa lembrar que uma terceira ocupante do cargo, Gleisi Hoffmann, também já caiu na rede dos investigadores.) O atual tesoureiro do partido também está enredado. Não é de hoje que os petistas são matéria-prima do noticiário e de investigações policiais envolvendo roubalheiras, crimes e assaltos ao Estado. Desde que o PT só tinha logrado chegar ao poder em nível municipal, os escândalos se sucedem. Ganharam dimensão, aumentaram de proporção, mas a cepa marginal sempre esteve lá. Nesta mesma semana em que novas transações tenebrosas envolvendo petistas vieram à tona, o Supremo Tribunal Federal arquivou inquéritos que investigavam a suposta participação de ex-secretários do governo tucano de São Paulo num suposto esquema de propina nas obras do metrô da capital. E o PT ainda quer misturar estes alhos com seus bugalhos. Na campanha eleitoral, a candidata Dilma Rousseff ensaiou um mantra que repetia irritantemente a cada debate na televisão. Citava casos que supostamente indicariam corrupção em governos do PSDB e concluía, a cada um deles: “Todos soltosâ€. Buscava mostrar que, com ela, é tudo diferente: quem rouba é preso. A diferença, porém, é de outra natureza: o grupo que está no poder desde 2003 tem no roubo seu modus operandi. Se noutros tempos a Justiça não mandou prender ninguém, é porque não encontrou o que justificasse a prisão. Se manda prender petistas agora à farta, é porque razões há. Esta é a diferença. A retórica petista de que “faz o que todo mundo sempre fez†é velha. Desde que o PT foi flagrado no mensalão, os antigos vestais da política brasileira despiram a fantasia. O que aconteceu desde então não deixa dúvidas: o PT promoveu um carnaval no governo, esbaldou dinheiro público e montou no poder o maior bloco mafioso de que se tem notícia. Não adianta tentar arrastar todos para o mesmo buraco.

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