Ordem e Progresso

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Os primeiros atos de Temer recuperaram para o centro do poder o ar de sobriedade, de equilíbrio institucional e até de certo improviso e humildade

Foram positivas as primeiras horas do novo governo. O pronunciamento inaugural feito pelo presidente em exercício, Michel Temer, listou prioridades corretas para o país, adotou abordagem sóbria e indicou o caminho da conciliação e do diálogo como saída para começar as transpor as imensas dificuldades legadas por 13 anos de desgoverno petista.

Temer disporá de pouco tempo para alterar uma situação que é de ruína. Em vista disso, resolveu focar naquilo que é mais urgente para que o país retome o ambiente da normalidade e o rumo do crescimento: zelo com as contas públicas, investimentos privados para criar empregos e comércio com o resto do mundo para gerar divisas e ampliar mercados.

É uma agenda adequada e desejada. Significa a antítese da irresponsabilidade fiscal, do intervencionismo estatizante e do alinhamento externo apenas pautado por ideologias e não por interesses nacionais que predominavam. Pode até não ser suficiente, mas já é oxigênio capaz de dar vida nova a uma nação que se acostumara a se ver sufocada.

A condução da política externa pelo ministro José Serra é um alento e uma promessa de resultados positivos e rápidos na reorientação do país perante o mundo. Acaba aquela sensação de estarmos apartados do que move o concerto das nações e voltados apenas ao que há de pior em termos econômicos e ideológicos. É o Brasil de volta ao jogo.

Também se mostrou auspiciosa a primeira medida formalmente tomada pelo novo governo: a criação de um programa com vistas a catapultar a agenda de privatizações, concessões e parcerias público-privadas que terá o condão de destravar os investimentos em nossa infraestrutura e reativar o motor da geração de emprego.

Espera-se também que Michel Temer mantenha firme a intenção reformista que manifestou no discurso de ontem. Recuperar um horizonte de sustentabilidade para o sistema de previdência, dinamizar o mercado de trabalho e equilibrar a carga tributária são condições necessárias para que o país volte a aspirar à retomada do desenvolvimento.

É claro que a nova equipe ministerial não é a ideal para os que aguardaram tanto tempo o fim do governo do PT. A sintonia com o desejo de mudança da sociedade deve prevalecer mesmo com a necessidade imperiosa de obter maiorias no Congresso, tanto para garantir o afastamento definitivo de Dilma Rousseff nos próximos 180 dias, quanto para aprovar medidas urgentes de recuperação da economia.

Os primeiros atos de Michel Temer recuperaram para o centro do poder o ar de sobriedade, de equilíbrio institucional e até de certo improviso e humildade que haviam sido perdidos sob a tóxica atmosfera petista. Começam a ficar para trás o tempo da cizânia, o ar permanentemente palanqueiro e o primado da mentira que tanto mal causaram ao Brasil e aos brasileiros. O país voltou a mirar a ordem e o progresso. Que perdure.

– Carta de Formulação e Mobilização Política N 1362

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