O pior da crise

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Uma nova fornada de indicadores revela a face mais sombria da crise econômica. O desemprego segue em alta no Brasil, transformado pelo PT no país que mais gera desempregados em todo o mundo. Enquanto não houver mudança na condução da nação, não há perspectiva de melhora no horizonte.

Na semana passada, saíram as pesquisas mensais do IBGE e do Ministério do Trabalho sobre o mercado de trabalho. Segundo a Pnad Contínua, a taxa de desocupação superou 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro. É o maior índice já aferido pela pesquisa, iniciada em 2012. Nos últimos 12 meses, a cada dia útil 11 mil pessoas foram postas na rua.

Em apenas um ano, o exército de desempregados deu salto de 40%. Desde que a presidente Dilma Rousseff obteve a reeleição, este contingente não parou de aumentar e soma agora 10,4 milhões de brasileiros. Há no país hoje quase 4 milhões de pessoas a mais sem trabalhar do que havia em outubro de 2014.

Na sexta-feira, foi a vez de o Caged mostrar que 1,8 milhão de vagas de trabalho foram eliminadas no país nos últimos 12 meses. O número ganha nuances ainda mais severas quando visto em retrospectiva. Foi a primeira vez, depois de 17 anos, que março registrou saldo negativo de geração de vagas de emprego. Também foi o pior resultado para o mês em 24 anos.

Todos estes indicadores evidenciam que o Brasil está vivendo um período de crise realmente aguda, resultado de iniciativas econômicas equivocadas e de uma visão de mundo danosa, que tornou mais difícil produzir e gerar empregos no país. É esta a face social que o governo petista diz ter dado a suas políticas públicas?

Estudo feito pelo Instituto Teotônio Vilela mostra que o problema do mercado de trabalho brasileiro não é meramente conjuntural, mas sim estrutural. O Brasil tornou-se em 2015 o país que mais gera desempregados no mundo, característica que deve se manter neste ano: segundo a OIT, um de cada três novos desempregados no planeta em 2016 será brasileiro.

Estamos na contramão do resto do mundo. No ano passado, apenas a Nigéria, país assolado pelo terrorismo do Boko Haram e falido pela queda das cotações de petróleo, se aproximou de nós no quesito destruição de empregos. A regra global hoje é empregar mais e não menos: a Espanha é o melhor exemplo, tendo gerado 714 mil novas vagas em 2015, enquanto o Brasil destruiu 2,6 milhões.

A preservação do emprego deve constar no topo da agenda do futuro governo que assumirá após o afastamento da presidente Dilma. Só a retomada da confiança de investidores, empresários, trabalhadores e consumidores será capaz de fazer voltar a girar a roda da economia e, com isso, impulsionar o retorno da geração de empregos. Mas tudo indica que a retomada ainda vai demorar bastante, porque o estrago feito pelo PT é imenso.

– Carta de Formulação e Mobilização Política Nº 1348

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