
O fracasso tem pai e mãe
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Experimentamos o malogro de um modelo pelo qual o Estado tudo pode. O que naturalmente já é ruim foi deturpado pela irresponsabilidade de Lula, Dilma e do PT
Carta de Formulação e Mobilização PolÃtica, 02 de dezembro de 2015, Nº 1272
A depressão atual é resultado de uma linha polÃtica ruinosa, que conduziu o paÃs a seu pior momento em décadas. Não apenas na economia, mas também na polÃtica e, sobretudo, no campo da ética. A recessão que resvala para a depressão, o desemprego ascendente, a inflação galopante e a corrupção sem paralelos têm pai e mãe. Precisa nominá-los?
Experimentamos o fracasso retumbante de um modelo que advoga que o Estado tudo pode. O que naturalmente já é ruim foi deturpado pela canhestra e irresponsável visão de mundo de Lula, Dilma e do PT. Para eles, não importa se o governo gasta muito mais do que arrecada. Não importa se a bonança é corroÃda em forma de consumo desenfreado, sem cuidar de investir e semear o amanhã. Não importa se a roubalheira predomina.
No modelo falido do PT, reina o intervencionismo, com o governo se metendo onde deve e, principalmente, onde deveria manter distância. Neste sistema opaco, o Estado distribui benesses, escolhe quem ganha o jogo e beneficia quem se sujeita a suas regras desvirtuadas. Viceja, nestas águas turvas, a corrupção que rouba o que deveria servir a todo o povo, mas enrique apenas uns poucos.Os resultados do PIB no terceiro trimestre do ano são uma coleção de fiascos, coroando a ruÃna petista. Infelizmente para os brasileiros, o fundo do poço ainda não chegou e, pior ainda, pode estar distante. Na melhor das hipóteses, a crise não cederá antes de 2017. O paÃs se arrastará por anos.
Na história da economia brasileira, o pior biênio até agora aconteceu há mais de 80 anos, quando o mundo inteiro estava mergulhado numa depressão horrorosa. Tudo indica, contudo, que este 2015-2016 será ainda mais desastroso. Lula, Dilma e o PT conseguirão fazer com que o desastre da era Collor inspire saudade.
Desde abril do ano passado, quando a recessão começou, o PIB já diminuiu 5,8% e deve encolher 8% até o fim do ano que vem, na mais longa série de quedas registrada no paÃs. É quase certo que em 2018 a produção brasileira será menor do que era em 2014.Na nova década perdida, o PIB per capita já caiu 7% e continuará diminuindo. Os brasileiros empobrecem – seja pela falta de empregos, seja pela inflação mais alta ou pela dificuldade para pagar dÃvidas encarecidas por juros escorchantes. Não está fácil para ninguém.
O Brasil destoa de todo o resto do mundo, onde a maioria dos paÃses cresce: dos 42 que divulgaram os resultados do terceiro trimestre até agora, 35 avançaram. Enquanto o Brasil afunda, paÃses que, teoricamente, seriam nossos concorrentes diretos decolam.
A Ãndia, por exemplo, cresceu 7%. Desde Lula, o desempenho dos governos petistas mantém-se sempre abaixo da média dos vizinhos.Sofremos também as sequelas de uma bomba de efeito retardado, de cunho eleitoral. O quadro econômico já era muito ruim no ano passado, mas o governo petista manipulou e maquiou o quanto pôde a situação para conseguir ganhar a eleição, e ela ficou muito pior agora. O Brasil experimenta sentimento de desmanche, de desabamento. Quebrou.A queda é generalizada. No caso do comércio, muito provavelmente o desempenho de 2015 será o pior desde 1948 – ou seja, desde a Segunda Guerra Mundial. No trimestre, baixas históricas (as maiores desde 1996) também aconteceram nos serviços (que respondem por 71% do PIB brasileiro), investimentos e importações. Na indústria, cuja participação no PIB continua decaindo, o único paralelo se deu na crise de 2009. O cenário é de terra arrasada.Nossa única saÃda está num governo que restaure a confiança e faça os brasileiros voltarem a crer no paÃs, no que hoje ninguém se aventura. A presidente da República não tem credibilidade, autoridade ou legitimidade para encarnar o papel. Tampouco o partido dela, dominado pelo discurso populista e irresponsável de Lula. O Brasil só vai renascer quando os pais do fracasso histórico tiverem sido mandados para longe, bem longe, do poder.
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