
O desemprego decola
Publicado em:
Não bastasse o dólar em disparada, os juros decolando, a paralisia da atividade econômica e dos investimentos, a face mais temÃvel da crise acaba sendo o desemprego
Carta de Formulação e Mobilização PolÃtica, 24 de setembro de 2015, Nº 1226
Os sinais da crise se espalham pelo paÃs. Não são apenas o dólar em disparada, os juros decolando, a paralisia das linhas de montagem e o congelamento dos investimentos que assustam. A face mais temÃvel da crise é o desemprego, que voltou a subir em agosto. É a recessão se revelando com todo o seu negrume. No mês passado, a taxa de desemprego medida pelo IBGE atingiu 7,6%. Foi um salto e tanto em relação ao mesmo mês de 2014, quando o Ãndice estava em 5%. A melhor tradução da escalada é o aumento do número absoluto de desocupados no paÃs: em um ano, mais 636 mil pessoas passaram a esta condição, com alta de 52%. O desemprego divulgado hoje de manhã é o mais alto para meses de agosto desde 2009, ano da séria crise econômica global. Considerando toda a série histórica, o Ãndice está agora no mesmo patamar de março de 2010, ou seja, é o pior em mais de cinco anos. Foi o oitavo mês seguido de alta. “O mês repete a dinâmica dos últimos meses: mais pessoas estão procurando emprego na expectativa de recompor a renda familiar, afetada pela crise econômica, mas encontram um mercado em processo de demissõesâ€, sintetizou a Folha Online. A discrepância entre as regiões pesquisadas é grande. A situação é mais grave em Salvador, onde a taxa média alcançou 12,4% – a maior em seis anos – e atingiu 27% entre jovens com idade entre 18 e 24 anos (a média nacional nesta faixa etária está em 18%). O Rio aparece na ponta oposta, com desemprego médio de 5%. Não foi só conseguir emprego que ficou mais difÃcil. Os salários também encurtaram. Na média, o rendimento médio real caiu 3,5% no cotejo com agosto do ano passado. Quem trabalha no setor privado sem carteira de trabalho sofreu perda bem maior: 12,6%, na mesma base de comparação. Os resultados medidos pelo IBGE são apenas parciais, pois cobrem o mercado de trabalho somente das seis principais regiões metropolitanas do paÃs. Outro indicador mais amplo, a PNAD ContÃnua, que abarca mais de 3.500 municÃpios, já revela uma taxa de desemprego bem mais alta no paÃs: 8,3% no segundo trimestre. Desde que Dilma foi reeleita, mais de 1 milhão de vagas de emprego foram eliminadas, de acordo com a mais recente versão do Caged, a terceira pesquisa sobre mercado de trabalho realizada no paÃs. A indústria continua sendo o setor mais penalizado, mas a diminuição de oportunidades tornou-se ampla, geral e irrestrita. Durante anos, o governo do PT asseverou que o Brasil estava imune a crises e que a maior prova disso seriam as baixas taxas de desemprego. Nunca foi verdade. O mercado de trabalho manteve-se aquecido por um tempo em razão de estÃmulos artificiais. Nada mais natural que desabe na mesma velocidade com que o modelo econômico petista desmorona.
Últimas postagens
Artigos


“A democracia representativa não será demolida”, por José Serra

“O papel do PSDB é servir ao paÃs”, por Bruno Araújo

“A Geleia Geral brasileira e o longo caminho pela frente”, por Marcus Pestana

“A repetição de erros pelo PT”, por Marcus Pestana
