
Lançado o mais promessas carta
Publicado em:
Carta de Formulação e Mobilização PolÃtica, 10 de junho de 2015, No. 1156
O programa lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff poderia muito bem ser batizado de “Mais Promessasâ€. O amontoado de obras de infraestrutura que compõem o pacote de concessões ressuscita iniciativas do passado que não saÃram do papel, junta projetos mirabolantes e assemelha-se a uma vistosa carta de intenções. O “Mais Promessas†busca cumprir agora o papel que no passado já foi do PAC, das primeiras rodadas de concessões, das obras da Copa do Mundo e dos “pactos†anunciados pelo governo em resposta aos protestos de junho de 2013. Todos sempre com mesmo viés: criar sentimento positivo e sensação de que o governo age. Todos deram em nada. Desta vez, o “Mais Promessas†tem um objetivo adicional: virar a página de más notÃcias que caracterizam os seis meses iniciais do segundo mandato de Dilma. Na prática, o “Mais Promessas†chega para suceder o “Mais Maldadesâ€, o arrocho recessivo que aumenta impostos, corta direitos trabalhistas e benefÃcios previdenciários posto em prática pelo PT. De concreto, temos que apenas um terço das obras anunciadas ontem podem vir a se tornar realidade até o fim do governo de Dilma. Se isso acontecer, ainda assim o impacto na economia será mÃnimo: cerca de R$ 17 bilhões em investimentos anuais numa economia que investe R$ 1,1 trilhão a cada 12 meses. Dos cerca de 130 projetos que compõem o “Mais Promessasâ€, 66 já constavam do fracassado programa anunciado em agosto de 2012. Estão nesta condição todos os portos, a maior parte das ferrovias e algumas rodovias, como a BR-262 entre Minas e Vitória e o trecho baiano da BR-101. Outros cerca de 40% são vertigens, sorvedouros de dinheiro público, como a ferrovia Bioceânica, e projetos de concessões já existentes. Mas a iniciativa tem também seu caráter positivo. Representa mais um passo na conversão do PT à s privatizações como melhor maneira de recuperar a estrutura viária do paÃs. Enquanto relutou, o petismo nos empurrou para trás: desde o inÃcio do governo Dilma, caÃmos quase 40 posições no ranking de infraestrutura do Fórum Econômico Mundial. Nossa competitividade também decaiu e assumiu as piores condições da história. Também se constitui num possÃvel sepultamento do modelo estatizante que esteve presente em boa parte das iniciativas dos últimos anos e que produziu ruÃnas em forma de recessão econômica, inflação alta, desestruturação produtiva e desemprego. Oxalá, o pragmatismo tenha vindo mesmo para ficar e a experimentação ideológica tenha ficado pelo caminho. Resta, mais uma vez, saudar a conversão, ainda que tardia, do petismo ao modelo econômico que dá certo. Bem-vindo, PT, de novo à s privatizações! Quem sabe desta vez os petistas acertem, porque o Brasil não aguenta mais tantos experimentos mal sucedidos de tantos aprendizes de feiticeiros.
Ponto de vista
Últimas postagens
Artigos


“A democracia representativa não será demolida”, por José Serra
Leia mais >
“O papel do PSDB é servir ao paÃs”, por Bruno Araújo
Leia mais >
“A Geleia Geral brasileira e o longo caminho pela frente”, por Marcus Pestana
Leia mais >
“A repetição de erros pelo PT”, por Marcus Pestana
Leia mais >