Em defesa (de fato) dos trabalhadores

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Enquanto o governo loteia cargos para salvar Dilma do impeachment, a oposição aprova propostas para salvar o país da predação petista

É flagrante o contraste: de um lado, o governo dedica-se integralmente a lotear cargos com único intuito de salvar a presidente Dilma do impeachment; do outro, a oposição segue aprovando propostas para salvaguardar o país da predação a que foi submetido nos últimos anos pelo petismo. É o caso de projeto de lei que muda as regras dos fundos de pensão de empresas estatais aprovado ontem no Senado.
Com patrimônios bilionários, os fundos de pensão têm sido um dos mais polpudos alvos da sanha gatuna petista. Desde o governo Lula, a poupança feita por milhares de funcionários foi usada em negócios duvidosos, de acordo com interesses do Palácio do Planalto – o petrolão explica por quê… O resultado foi a geração de prejuízos também vultosos que estão sendo pagos por trabalhadores, aposentados e pensionistas.
As novas regras aprovadas ontem pelos senadores visam proteger os fundos de pensão de investidas políticas, para que deixem de ser usados como caixa de financiamento partidário, como se tornou praxe nos anos Lula e Dilma. Haverá limites rígidos para impedir a nomeação de pessoas com atividade político-partidária para cargos de direção e para os conselhos deliberativo e fiscal dos fundos estatais.
Entre as modificações, também estão a determinação para que as instituições aumentem a prestação de contas à sociedade e a exigência de atributos profissionais mínimos para o preenchimentos dos cargos diretivos. Aprovado por unanimidade, o texto é de autoria dos senadores Paulo Bauer (PSDB-SC) e Valdir Raupp (PMDB-RO) e foi relatado pelos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Ana Amélia (PP-RS).
Nos últimos anos, tornou-se comum o envolvimento de fundos de pensão com negócios ruinosos patrocinados pelo PT – bancos quebrados, títulos venezuelanos e empresas de Eike Batista são alguns exemplos. Ao mesmo tempo em que eram ocupadas por operadores ligados ao governo e a aliados, as entidades acumulavam negócios que só tinham um beneficiário: o projeto de poder do partido. A conta foi deixada para os trabalhadores.
No ano passado, os fundos de pensão brasileiros apresentaram déficit de R$ 76,7 bilhões. O rombo multiplicou-se por dez desde 2011, quando havia sido de R$ 7,9 bilhões. Há, claro, problemas conjunturais, ligados ao péssimo momento da nossa economia. Mas há, sobretudo, crassos problemas de gestão, de uso político e de mau direcionamento dos recursos.
Como consequência, os trabalhadores que aportaram suas economias nestes fundos viram sua poupança minguar, com impacto no que têm direito a receber a título de aposentadorias e pensões. Pior ainda, como os rombos se tornaram incontornáveis, funcionários e beneficiários estão sendo chamados a bancar os prejuízos – no Postalis, dos Correios, por exemplo, os funcionários pagarão 18% a mais durante 23 anos. Isso, sim, é uma herança maldita!
A destruição dos fundos de pensão das empresas estatais é mais um exemplo de como o partido que se diz “dos trabalhadores” atua. O fruto do esforço de milhares de brasileiros foi simplesmente surrupiado pela organização criminosa que não livra nem o dinheiro sagrado de poupanças para bancar aposentadorias. Com o PT é assim: um presente de ruína que implode o futuro de quem trabalha e produz.

– Carta de Formulação e Mobilização Política Nº 1338

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