
Cemitério de obras superfaturadas (Carta 1048)
Publicado em:
Carta de Formulação e Mobilização PolÃtica, 08 de dezembro de 2014, No. 1048
Nos anos recentes, o paÃs acostumou-se com o padrão petista de iniciar e nunca terminar obras dentro do prazo. O programa criado para acelerar o crescimento do paÃs tornou-se pródigo em jamais entregar o que promete. Com as investigações do “petrolãoâ€, estamos vendo que o quadro é mais grave: o cemitério de obras inacabadas também é superfaturado. Conforme as investigações da Operação Lava Jato avançam, vai ficando explÃcito que a teia de falcatruas envolvendo obras públicas montada pelo PT e seus aliados vai bastante além da carteira de encomendas da Petrobras. É algo, para ficar na sÃntese de um de seus principais operadores, que se espalha “pelo paÃs inteiroâ€. Reportagem publicada pelo jornal O Globo no sábado forneceu contornos mais nÃtidos sobre o alcance da roubalheira. O esquema criminoso de desvio de recursos estruturado a partir da Petrobras abarca 747 obras públicas e envolve nada menos que 170 empresas, conforme consta de planilha do doleiro Alberto Youssef apreendida pela PolÃcia Federal. Até agora, trabalhava-se com a hipótese de a rede de drenagem de dinheiro sujo para alimentar partidos polÃticos, o PT à frente, ter movimentado R$ 10 bilhões. Pelo documento encontrado agora pela PF, o valor é ainda maior: R$ 11,5 bilhões, dos quais 59% envolvem a Petrobras como cliente final. Há suspeitas para todos os lados. Até o programa de concessões pode ter sido pilhado pela quadrilha: obras em cinco dos aeroportos privatizados pela presidente Dilma Rousseff também constam das planilhas de Youssef, de acordo com O Estado de S. Paulo, e estão no foco das investigações do delegado Sérgio Moro. É nÃtido, mais uma vez, que estamos diante da maior organização criminosa que um dia ousou assaltar o Estado brasileiro. As cifras que surgem a cada dia deixam o mensalão com carinha de piada de salão – exatamente como Delúbio Soares, o tesoureiro condenado à prisão por aquelas tenebrosas transações, previra… No depoimento que deu à CPI da Petrobras na semana passada, Paulo Roberto Costa disse que as falcatruas em torno do esquema criminoso envolviam a contratação de obras em “rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, hidrelétricasâ€. Pelo jeito, o leque é bem mais amplo e alcança até mesmo obras no exterior, como o porto de Mariel, em Cuba, viabilizado por meio de secretÃssimo financiamento concedido pelo BNDES. É ruim quando um governo inicia obras necessárias para o paÃs e não as entrega à população. É pior ainda quando, além disso, usa sua carteira de empreendimentos como fonte de dinheiro para a corrupção. O Brasil dos anos petistas tem as duas coisas.
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