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Carta de Formulação e Mobilização Política, 18 de janeiro de 2016, No. 1285

 

As mais recentes revelações da Operação Lava Jato mostram que o andar de cima do PT mergulhou fundo na montagem do esquema que, desde Lula, corrompe o Estado brasileiro

Quanto mais se investiga, mais certeza há de que a passagem do PT pelo poder é a mais corrupta da história do país. Quanto mais os trabalhos da Operação Lava Jato, e das instituições envolvidas nas apurações, avançam mais fica claro que o partido se lambuzou de cabo a rabo, dos peixinhos aos tubarões.

Desde o início do ano, vêm sendo divulgadas novas revelações obtidas por meio de depoimentos de envolvidos no escândalo do petrolão. O fio comum é a onipresente participação de petistas e seus aliados em maracutaias, desvios de dinheiro público, manipulação de contratos – enfim, toda sorte de manobras para pôr o Estado brasileiro a serviço do partido.

Os indícios que vêm surgindo mostram que a teia de corrupção não era tecida apenas nos escalões inferiores. Pelo contrário. O andar de cima mergulhou fundo na montagem do esquema que, desde o mensalão, loteou a máquina pública, assaltou os cofres do governo, encheu as arcas do PT e os bolsos de petistas. Entre presidentes da República e ministros de Estado, o papo corrente foi sempre o mesmo: corromper.

A partir de depoimentos de Nestor Cerveró, que dirigiu a Petrobras na época em que Dilma Rousseff comandava o conselho de administração da estatal, restou claro que tanto Lula quanto a atual presidente da República podem ter agido diretamente para traficar interesses dentro do governo.

O ex-presidente teria presenteado Cerveró com cargo público depois que este participou de uma operação em que uma empresa foi contratada pela Petrobras após repassar dinheiro a um amigo de Lula, que, por sua vez, usou a grana para ajudar o PT. Já Dilma teria tratado diretamente com o senador Fernando Collor sobre a partilha de cargos na BR Distribuidora.

As suspeitas sobre Lula já são tantas que o líder-mor do PT já se tornou habitué em depoimentos à Polícia Federal – o último ocorreu no dia 6 deste mês. Mais uma delas vem à tona hoje, na edição do Valor Econômico: a aquisição de blocos de petróleo em Angola teria gerado propina de R$ 50 milhões – o equivalente à metade do seu custo – à campanha de reeleição do ex-presidente.

Não são apenas as estrelas maiores do PT que estão sob a mira das investigações. Uma constelação de atuais e ex ocupantes dos principais cargos da República aparece sob suspeita. É o caso de Jaques Wagner, que faz valer a regra de que a Casa Civil tornou-se um dos mais ativos balcões  de negócios dos governos petistas. Ou de Edinho Silva, que também corrobora a escrita que envolve rigorosamente todos os recentes tesoureiros de campanha do PT em escândalos.

Deve ser por estar chegando tão alto, e tão perto de quem realmente precisa ser punido, que a Lava Jato tornou-se alvo do governo e de sua tropa de aliados. Basta ver a raivosa carta divulgada por um grupo de advogados ou, pior ainda, a medida provisória editada por Dilma no apagar das luzes de 2015 para enfraquecer as ações anticorrupção no país e o corte de verbas para tentar sufocar a Polícia Federal. É o melhor sinal de que está corretíssimo o caminho das investigações trilhado pelas instituições e pela Justiça do país para responsabilizar o PT por toda a roubalheira que patrocinou.

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