A fila do desemprego s贸 aumenta

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Junto com a maior recess茫o da hist贸ria brasileira, o desemprego tamb茅m caminha para bater recordes neste ano. Est谩 em marcha uma precariza莽茫o do mercado de trabalho

Carta de Formula莽茫o e Mobiliza莽茫o Pol铆tica, 22 de fevereiro de 2016, N潞 1306

A cada m锚s, torna-se mais preocupante a situa莽茫o do mercado de trabalho no Brasil. O desemprego prossegue sua escalada: todos os dias, milhares de novas pessoas engrossam esta triste estat铆stica. S茫o reflexos de uma crise que ainda vai fazer aumentar a fila de pessoas nas portas de f谩bricas, com茅rcios e lojas em busca de uma oportunidade para trabalhar.

Na sexta-feira, mais um indicador oficial deu contornos soturnos 脿 situa莽茫o. A taxa de desemprego manteve-se no maior patamar da s茅rie calculada pelo IBGE por meio da聽Pnad Cont铆nua: no trimestre encerrado em novembro, 9% dos brasileiros n茫o tinham emprego. Novembro costuma ser m锚s de contrata莽茫o, mas, desta vez, foi de demiss玫es.

O mero percentual n茫o d谩 conta de toda a gravidade da crise. Sua tradu莽茫o no n煤mero absoluto de trabalhadores sem emprego assusta mais: s茫o agora 9,126 milh玫es de desempregados em todo o pa铆s. Em um ano, a alta foi de 41%, ou seja, mais 2,7 milh玫es de brasileiros perderam sua ocupa莽茫o. Isto significa que, em m茅dia, a cada dia mais 7,5 mil pessoas ficam desempregadas聽no pa铆s.

Infelizmente, contudo, o quadro do desemprego n茫o se resume aos que est茫o buscando trabalho e n茫o encontram, captados pelo 铆ndice de desocupa莽茫o divulgado pelo IBGE. Al茅m deles, h谩 tamb茅m os que simplesmente desistem de ir 脿 procura de emprego. S茫o os chamados desalentados.

Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE 鈥 em que os dados s茫o mais abertos e permitem maior escrut铆nio 鈥 apenas nas seis maiores regi玫es metropolitanas h谩 mais 1,5 milh茫o de brasileiros da popula莽茫o n茫o economicamente ativa 鈥 ou seja, formalmente fora do mercado de trabalho 鈥 que gostariam de estar trabalhando. S贸 eles j谩 seriam suficientes para elevar o atual 铆ndice de desemprego no pa铆s para a casa de dois d铆gitos.

Est谩 em marcha uma esp茅cie de precariza莽茫o do mercado de trabalho. Em linhas gerais, h谩 menos pessoas trabalhando com carteira assinada e mais brasileiros se virando e buscando uma atividade por conta pr贸pria. Os movimentos s茫o quase sim茅tricos: nos 煤ltimos 12 meses, 1,1 milh茫o deixaram de ser empregados e 969 mil abriram seu pr贸prio neg贸cio.

Numa ponta, aumenta o n煤mero de pessoas com trabalho dom茅stico, menos qualificado e com menores sal谩rios. Na outra, diminuem as oportunidades para聽profissionais com ensino superior. O movimento acentuou-se agora, embora n茫o seja novo: desde os anos Lula, o saldo de empregos criados concentrou-se sempre na faixa de at茅 dois sal谩rios m铆nimos.

Junto com a maior recess茫o da hist贸ria da economia nacional, o desemprego tamb茅m caminha para bater recordes neste ano. Analistas estimam que o n煤mero de desempregados continue aumentando, at茅 superar os 11 milh玫es, e a taxa m茅dia alcance 13% j谩 no meio deste ano. Com a crise prolongada e nenhuma perspectiva de melhoria no horizonte, o ex茅rcito de desempregados, infelizmente, s贸 vai aumentar.

 

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