
Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente, em 1972, foi a primeira tomada de consciência no plano diplomático mundial da fragilidade dos ecossistemas que, integrados, sustentam a vida na Terra. As questões suscitadas enfrentaram distorções e inconformidades com os desníveis de desenvolvimento e riqueza do mundo.
De Estocolmo derivaram iniciativas relevantes, como a criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que se consolidou no tempo e assinalou o reconhecimento do papel da ciência nas negociações diplomáticas do meio ambiente.
A Assembleia-Geral da ONU tomou a decisão, em 1988, de realizar uma nova conferência sobre o tema ambiental. Naquele momento a relevância da matéria já estava mais amadurecida. Foi nesse contexto que a oferta brasileira, no governo Sarney, de ser a sede foi acatada, em 1989. A oferta sinalizava uma postura mais ativa de construção da cooperação internacional da parte do Brasil, em consonância com os objetivos e valores da Constituição de 1988.
A Rio-92 patenteou a alteração do funcionamento da “máquina do mundo”. Foi a primeira conferência da ONU sobre temas globais após a queda do Muro de Berlim e o fim da guerra fria. Não obedeceu à lógica das polaridades definidas, Leste-Oeste, Norte-Sul, e abriu espaço diplomático para a cooperação, na nova lógica do que seria a década de 1990.