Desemprego e desalento

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Novamente o Brasil teve pouca coisa para comemorar no Dia do Trabalho, que basicamente tem sido uma data para relembrar o difícil momento econômico que vivemos desde 2014. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou o fechamento líquido de 43.196 vagas formais de emprego em março e o alarmante número de 13,1 milhões de pessoas desempregadas.

Um dos efeitos mais devastadores desse cenário divulgado pelo IBGE é o do desalento, contingente formado por pessoas que desistiram de buscar emprego por não acreditarem que irão encontrar oportunidades no mercado de trabalho. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), o Brasil conta atualmente com 4,855 milhões de pessoas desalentadas, um recorde na série histórica e que representa crescimento de 6% em relação ao ano anterior.

Esse grupo é formado especialmente por mulheres (54,31%) e por pessoas com ensino fundamental incompleto (40,6%). Um dos segmentos que apresenta maior crescimento é a juventude, que triplicou o número de desalentados desde 2014 e conta com mais de 1,76 milhão nesta condição.

Mais do que uma questão exclusivamente de trabalho, o desalento é um reflexo da perda da autoestima e esperança em nossa sociedade. É inconcebível que, com o enorme potencial econômico que possuímos, ainda não conseguimos conter o desemprego e oferecer um ambiente minimamente adequado para o desenvolvimento profissional e geração de renda.

Vivemos durante anos uma estagnação nas políticas públicas e uma disputa entre “direita” e “esquerda” que levaram o país a perder a confiança do mercado internacional, ampliar as dívidas públicas e caminhar rumo a instabilidade, resultando no atual caos econômico que tem cobrado, e muitas vezes tirado, de cada brasileiro a possibilidade de uma vida melhor.

Mudar isso exige união e diálogo entre poder público, iniciativa privada, terceiro setor e sociedade civil. Esse trabalho em conjunto tem sido meu principal objetivo na presidência da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), agregando diferentes visões para a construção de projetos que fomentem nossa economia.

Atualmente o Paraná se destaca na contramão do país e gerou 27.114 novas vagas de empregos formais no primeiro trimestre do ano. Resultado do planejamento e implantação de políticas sólidas realizadas pelo governador Ratinho Júnior, que tem buscado garantir a necessária segurança jurídica e fortalecimento dos setores produtivos.

Um exemplo que mostra que o Brasil tem plenas condições de obter números positivos na geração de emprego e renda. Porém, para alcançar isso, é preciso aprimorar as políticas públicas de responsabilidade fiscal, ampliar a capacidade de investimento de estados e municípios e, especialmente, realizar reformas nacionais que há muito tempo já deveriam ter sido feitas. É um processo longo, mas necessário para que possamos vislumbrar a diminuição do desemprego e devolver o país aos trilhos do desenvolvimento.

Deputado estadual, PSDB-PR

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