Desafios da social-democracia no Brasil é tema de debate em São Paulo

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Com o objetivo de discutir o papel político do PSDB em um cenário nacional de instabilidade, o Instituto Teotônio Vilela e a Juventude do partido em São Paulo realizaram, no sábado (18/06), o debate “O PSDB que queremos – desafios e perspectivas da social-democracia brasileira”, com o objetivo de promover um balanço das últimas ações e conquistas, além de propor uma nova agenda para o partido. O debate, comandado pelo presidente da JPSDB-SP Victor Ferreira, teve como palestrantes o presidente nacional do ITV, senador José Aníbal, o líder do Governo no Senado Aloysio Nunes e o presidente nacional do Tucanafro Juvenal Araújo.

A Juventude do PSDB de São Paulo entende que é preciso rever o modo como o partido se relaciona com os movimentos sociais e a sociedade civil, ampliando seu diálogo, sobretudo, com o movimento estudantil – espaço majoritariamente ocupado por forças políticas anti-democráticas e anti-desenvolvimento socioeconômico. Do debate sairá uma Carta Compromisso com os diagnósticos levantados para difusão e discussão nos espaços partidários.

“Temos que ser mais críticos. A juventude precisa questionar, avançar no diálogo com a sociedade. A ação do jovem agrega, faz crescer a percepção sobre o partido na sociedade. O ITV tem como missão formular as políticas e as ações do PSDB e a participação do jovem nesse debate é muito importante”, afirmou o presidente do ITV.

Em relação à ação do PSDB no Congresso, agora como um dos partidos da base de sustentação do governo Temer, o senador José Aníbal afirma que os tempos de crise também são tempos de oportunidades. “Nossa crítica à herança deixada pelo PT deve ser feita reiteradamente. O populismo praticado nos governos petistas detona qualquer possibilidade de estruturar um crescimento sustentável para o País. A inflação voltou com força. Confio na ação do Congresso, que quando instado a agir, responde de forma positiva, como no Plano Real. Estou confiante que conseguiremos votar projetos que recoloquem o Brasil no rumo do crescimento”, disse.

Em sua palestra, o presidente do Tucanafro Juvenal Araújo trouxe dados sobre a violência no país, uma questão que afeta majoritariamente jovens, negros e da periferia. “O pico do número de assassinatos no Brasil está nas pessoas que têm entre 15 e 35 anos. 67% das vítimas de homicídio no Brasil são negros. Em cada 4 jovens assassinados, 3 são negros”, mostrou.

“Essa discussão precisa ser trazida para o partido. Precisamos reconhecer a existência do racismo para combatê-lo, precisamos desconstruir a cultura da violência e reformular os espaços da periferia”, afirmou Juvenal. “Percebo que juventude hoje quer esse debate. Quer discutir e apontar soluções para a precarização da escola pública, para a verticalização das favelas, entre outras questões”, completou.

O líder do Governo no Senado Aloyzio Nunes citou o conceito de crise adotado pelo filósofo Antonio Gramsci: crise é quando o velho já morreu e o novo ainda não nasceu. “Sabemos que morreu aquela velha estrutura de partidos, de campanhas, mas o que nasceu ainda não sabemos. Fizemos uma reforma política que deixou de lado questões essenciais como a maior representatividade do sistema partidário e parlamentar”, disse.

Aloysio também falou da necessidade de aprovação da proposta de emenda à constituição (PEC) que institui um teto para os gastos públicos. “Sabemos que não podemos continuar com a atual relação gastos/receita. A crise é grave e exige medidas duras. E nós não temos outra forma de agir senão trabalhar para que o governo dê certo”, afirmou.
O senador listou ainda algumas pautas que, acredita, devem integrar os debates promovidos pela Juventude do PSDB: qualidade do ensino, questões de gênero, foco no movimento estudantil com o objetivo de renovar o partido.

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