Ontem, hoje e amanhã

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Desde que assumiu as primeiras prefeituras, o PT assalta os cofres públicos para bancar seu projeto de poder

A nova fase da Operação Lava Jato investiga o fio condutor que alinhava a forma petista de governar. Desde que o partido de Lula, Dilma e José Dirceu assumiu as primeiras prefeituras pelo país afora, ainda nos anos 1990, o padrão se repete: os cofres públicos são assaltados para financiar seu projeto de poder. Com o passar dos anos, o que mudou foi apenas a dimensão do roubo.
Personagens que o PT preferia que fossem esquecidos ressurgem agora como fantasmas a assombrar o partido. É o caso do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. Ele foi morto quando se preparava para coordenar a campanha de Lula à presidência da República, em 2002. Até hoje a polícia não conseguiu esclarecer se seu assassinato foi uma encomenda – versão que a família de Daniel sustenta e as mortes em série durante as investigações corroboram – ou crime comum.
Assim como José Dirceu foi ao inferno e voltou com o mensalão e o petrolão, agora também é a vez de Silvio Pereira, ex-secretário geral do PT, ressurgir no noticiário. Mesmo flagrado no escândalo da compra de votos punido em 2012 pelo STF, ele teria sido contemplado com mesadas bancadas com dinheiro desviado da Petrobras para ficar calado. Vale lembrar que, ainda em 2006, numa entrevista ao jornal O Globo, ele deixou claro o que tanto temia: “Eles [o PT] vão me matar”.
A nova leva de investigações também joga luz no submundo das relações entre o PT e concessionários de serviços públicos, um hit recorrente na trajetória política do partido. Desta vez, o alvo é o dono de um jornal e de linhas de ônibus urbanos no ABC Paulista. Mas estão vívidas na memória dezenas de denúncias de manipulação de contratos de coleta de lixo e de transportes públicos em municípios onde petistas governam ou governaram. Outro ponto comum é o envolvimento de Luiz Inácio Lula da Silva com presentes e mimos de amigos. No escândalo da vez, José Carlos Bumlai é o vértice dos desvios que azeitaram a corrupção no ABC. Mas, nos anteriores, o papel cabia sempre a Roberto Teixeira, o compadre de toda hora do líder petista.
As mesmas suspeitas que envolvem o tríplex do Guarujá (SP) ou o sítio de Atibaia repousam sobre a cobertura onde Lula vive em São Bernardo do Campo. Depois de morar anos de favor em um imóvel de Teixeira, o petista fechou a compra do imóvel num negócio até hoje nebuloso e jamais esclarecido. São falcatruas que se repetem.
Numa coisa, porém, o PT mudou ao longo de seus 36 anos de história. O partido nascido para defender os fracos e oprimidos cuidou muito bem de encher os bolsos de seus líderes, transformando o roubo numa causa política. Como as ambições foram crescendo, também os valores escalaram e o PT tornou-se protagonista do maior escândalo de corrupção do mundo. De assalto em assalto, chegou ao topo, seu sonho de ontem, de hoje e de amanhã.

– Carta de Formulação e Mobilização Política Nº 1335

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