Chore por n贸s, Argentina

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A vit贸ria de Mauricio Macri na Argentina pode representar um primeiro passo para a derrocada dos regimes populistas, que t茫o mal t锚m feito 脿 Am茅rica Latina

Carta de Formula莽茫o e Mobiliza莽茫o Pol铆tica, 23 de novembro de 2015, N. 1265

Acabou ontem um dos mais longevos governos populistas da Am茅rica Latina na hist贸ria recente. A vit贸ria de Mauricio Macri p玫e fim a tr锚s mandatos da fam铆lia Kirchner, durante os quais a Argentina afundou numa crise econ么mica e social que parecia ter ficado no passado. Oxal谩, signifique uma nova onda no continente, com reflexos diretos no Brasil.Macri聽derrotou聽o candidato da situa莽茫o, Daniel Scioli, com 51% dos votos v谩lidos. A Argentina 茅 exemplo de que o Brasil tamb茅m pode sonhar com uma virada no seu rumo pol铆tico. Quarenta dias atr谩s, o candidato kirchnerista recebeu聽apoio de Dilma Rousseff聽em Bras铆lia. Pode ter sido a p谩 de cal em suas pretens玫es perante os eleitores argentinos…

O novo presidente argentino herdar谩 um pa铆s muito parecido com o Brasil de hoje: em recess茫o, 脿s voltas com infla莽茫o, aumento do desemprego e da pobreza, com viol锚ncia ascendente. Uma das poucas diferen莽as est谩 no fato de que a Argentina foi ainda mais longe e se isolou do mercado internacional de cr茅dito. N茫o chegamos a tanto.L谩 como aqui, o candidato da situa莽茫o usou as mesmas armas ret贸ricas que o petismo empregou para vencer a elei莽茫o do ano passado. Transformou advers谩rios em inimigos. Abusou da estrat茅gia do medo, segundo a qual s贸 o atual governo garantiria as conquistas sociais. O problema 茅 que, tal como aqui, o presente dos argentinos j谩 virou um inferno.

A vit贸ria de Macri pode representar um primeiro passo para a derrocada dos regimes populistas na Am茅rica Latina. No m锚s que vem, h谩 elei莽玫es legislativas na Venezuela, com chances reais de o poder de Nicol谩s Maduro diminuir – tanto que o chavista impediu a presen莽a de observadores estrangeiros.A onda populista fez muito mal ao continente. Em sua maior parte, os pa铆ses latino-americanos deixaram de aproveitar a bonan莽a global criada com a alta recorde dos pre莽os de commodities. Seu ritmo de crescimento, que se acelerara na d茅cada passada, j谩 retrocede: segundo a聽Cepal, o PIB do continente deve cair 0,3% neste ano, travado principalmente pelo Brasil.

Com a vit贸ria de Macri, abre-se, tamb茅m, a possibilidade de o Mercosul voltar a integrar-se ao mundo. Durante anos, a ret贸rica protecionista deu as cartas, tanto em Buenos Aires quanto em Bras铆lia, e isolou o bloco do resto do mundo. O resultado foi a anemia econ么mica e a irrelev芒ncia geopol铆tica.

O fim de ciclo que a Argentina, para sua felicidade, experimenta hoje talvez s贸 n茫o tenha acontecido no Brasil um ano atr谩s porque foram usadas armas esp煤rias para garantir a vit贸ria de Dilma Rousseff. Assim como os argentinos conseguiram reencontrar o bom caminho, os brasileiros ainda lutam na Justi莽a para fazer prevalecer a vontade popular usurpada. Enquanto n茫o conseguirmos, que a Argentina chore por n贸s.

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