Quem Paga a Conta
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Nos últimos anos, mais brasileiros tornaram-se dependentes do Estado. Mais pessoas retrocederam a camadas de baixa renda e se viram tolhidas na sua expectativa de ascensão
Números frios apenas ajudam a traduzir o tamanho da crise da qual só agora, transcorridos três anos, o paÃs começa a emergir. Mas o drama de milhões de famÃlias que continuam a sofrer as consequências da pior recessão da história não se resume a estatÃsticas. O Brasil empobreceu, rebaixado pela irresponsabilidade das gestões petistas.
Nos últimos anos, mais brasileiros tornaram-se dependentes do Estado, contemplados por algum programa de assistência social. Mais pessoas retrocederam às camadas mais baixas de renda. Mais cidadãos se viram tolhidos na sua expectativa de ascensão social e profissional, vitimados pelo desemprego.
Alguns números, mesmo frios, permitem delinear o impacto fulminante que escolhas de polÃticas equivocadas detonam na vida de milhões de pessoas.
Nos três anos em que já dura a recessão, mais de 1 milhão de famÃlias que haviam saÃdo do Bolsa FamÃlia voltaram a depender do programa, conforme mostra O Globo numa série de reportagens intitulada “Retorno à pobreza”. Entre 2014 e 2016, a média de beneficiários com estas caracterÃsticas multiplicou-se por cinco.
Um aspecto positivo é que estas famÃlias pelo menos podem contar com o paliativo de algum anteparo do Estado perante a crise que por ora ainda lhes ceifa as esperanças. O Bolsa FamÃlia atende cerca de 13,5 milhões de famÃlias, com custo relativamente baixo, em torno de R$ 30 bilhões ou cerca de 0,4% do PIB – em junho de 2016, depois de dois anos congelados, os benefÃcios foram reajustados em 12,5%.
Mas a clientela do Bolsa FamÃlia, infelizmente, ainda deve aumentar nos próximos meses até que a economia religue seus motores e recomece a contratar. Há milhões de famÃlias despencando na pirâmide social pelo paÃs afora.
Segundo o Banco Mundial, o número de brasileiros vivendo em condição de pobreza aumentará em até 3,6 milhões neste ano. A Tendências Consultoria estima que 4,3 milhões de famÃlias já decaÃram à s classes D e E nos últimos dois anos, segundo o Valor Econômico.
Desde 2015 a pobreza voltou a crescer no paÃs. De maneira inédita em mais 20 anos, a queda da renda veio acompanhada de aumento da desigualdade, de acordo com resultados da Pnad. “A curva continuou ascendente em 2016 e assim permanecerá neste ano”, conclui O Globo. A depender da reação da economia, o número de pobres pode ultrapassar 20 milhões neste ano.
O grande vilão desse retrocesso social é o desemprego, fruto, por sua vez, do fracasso da polÃtica econômica que a irresponsabilidade petista só fez aprofundar nos seus anos finais – há cerca de 23 milhões de pessoas sem trabalho no paÃs hoje.
Nota-se, com facilidade, que aqueles que na propaganda oficial seriam os grandes beneficiados das ações dos governos Lula e Dilma são, na realidade, suas maiores vÃtimas. Toda atenção deve ser dada para resguardá-los do pior enquanto o paÃs estiver sendo aos poucos reconstruÃdo.
– Carta de Formulação e Mobilização PolÃtica Nº 1524