A Saída é Sair

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Exportações brasileiras exibem vigor inédito. Trata-se de uma das frentes mais poderosas para reativar a produção local e gerar os 14 milhões de empregos que precisamos

Ensina provérbio chinês que crises são também boas geradoras de oportunidades. É o que tem ocorrido com o comércio exterior brasileiro. Desidratadas ao longo dos governos petistas, as exportações do país estão colaborando para reanimar a economia nacional e sugerem que uma das saídas para a recessão local está lá fora.

Nos cinco primeiros meses do ano, o superávit comercial brasileiro atingiu US$ 29 bilhões. É o melhor resultado para o período janeiro a maio desde o início da série, segundo a Secex. O saldo foi possível porque, a cada mês, a balança comercial vem batendo recordes históricos. Foi assim, novamente, em maio, quando as exportações superaram as importações em US$ 7,7 bilhões.

O Brasil tem se aproveitado da recuperação de cotações internacionais, que fizeram as exportações aumentarem mais de 18% na comparação com mesmo período de 2016. Produtos agrícolas, minério de ferro e petróleo estão entre os maiores beneficiários do momento positivo do comércio internacional para o país.

Nesta semana, mais um setor mostrou que a saída é exportar. As exportações de automóveis das montadoras instaladas no Brasil bateram recorde, com alta de 34% no mês e 23% no ano, segundo a Anfavea. Nunca antes na história, o país enviou tantos veículos para mercados externos, sendo o maior deles a Argentina.

Durante longo período, o componente externo da economia brasileira perdeu vigor. Durante os anos de bonança internacional, as vendas de commodities ajudaram a impulsionar o crescimento do PIB brasileiro, mas o aumento concomitante das importações reduziu o empuxo positivo do setor sobre as contas nacionais.

A recessão jogou tanto embarques quanto desembarques para baixo. O comércio exterior brasileiro viveu anos de anemia no compasso da política econômica errática e equivocada de Dilma Rousseff, prejudicado pela indefinição da política cambial, atrapalhado pela falta de investimentos em infraestrutura logística e sobrecarregado pelos altos custos, incluindo juros.

Nos últimos meses, a situação começou a melhorar. Aos poucos, com o mercado interno ainda frio, as empresas brasileiras foram direcionando suas vendas para o exterior. As exportações, então, passaram a crescer, enquanto a demanda ainda reprimida cuidou de manter as importações em ritmo mais lento. A balança voltou ao azul.

Mesmo nos dois anos de queda do PIB, o setor externo ainda deu colaboração positiva à economia, embora modesta e insuficiente para evitar a recessão. No primeiro trimestre, as exportações apresentaram alta de 4,8%, de acordo com o resultado das contas nacionais divulgadas pelo IBGE no último dia 1°.

A economia brasileira precisa urgentemente de alternativas que a façam voltar a respirar. O comércio internacional revela-se uma das principais frentes onde investir para garantir o impulso que a produção nacional precisa, a fim de voltar a gerar os empregos pelos quais 14 milhões de pessoas ansiosamente aguardam. O saída é daqui para o mundo.

– Carta de Formulação e Mobilização Política Nº 1601

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