O tamanho da encrenca

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Na hora do ajuste, será preciso deixar claro quem gerou a fatura que sobrou para pagarmos

Dentro de mais alguns dias, será conhecido o resultado oficial do desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre do ano. Muito provavelmente, ficará evidente que a situação continuou piorando. Também ficará explícita a inação do governo petista em deter a crise. Terão sido mais três meses jogados no lixo.

As primeiras estimativas não oficiais já começaram a surgir. A mais expressiva delas é também a mais drástica. Na semana passada, o Banco Central estimou que a economia brasileira tenha voltado a despencar entre janeiro e março. A queda, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, pode ter chegado a 1,4%.

Outras estimativas conhecidas também são negativas, embora numa intensidade menor. A FGV projeta baixa de 0,3% e a Serasa, de 0,7%. Qualquer que seja o resultado, significará que o Brasil estará caminhando para completar dois anos seguidos de recessão, iniciada, segundo critérios técnicos, no segundo trimestre de 2014.

Tais constatações apenas servirão para sepultar de vez as falácias que acompanharam o discurso petista até o fim, segundo as quais o país encontra-se nesta situação lastimável por culpa de fatores externos, de catástrofes da natureza, como a seca, e por causa da imensa maldade da oposição. Não. Estamos onde estamos porque o PT se especializou em lambanças, e só por isso.

Nem foi necessária a mudança de governo para que o tamanho da encrenca fosse sendo conhecido. Já se tornara evidente, por exemplo, o enorme desafio fiscal, na forma de rombos que podem chegar a mais de R$ 260 bilhões quando considerados os déficits acumulados desde 2014 – e a possibilidade de admissão de uma meta ainda mais negativa para este ano, conforme cogita a nova equipe econômica.

Há também, ainda na seara pública, o inescapável desequilíbrio nas contas da Previdência. Já está contratado que a população idosa do Brasil dobrará até 2020 em comparação ao que era em 2000 e voltará a dobrar até 2040. Uma situação assim não consente inação, sob pena de vermos rombos se sucederem até a falência do nosso sistema de aposentadorias e pensões – o deste ano está previsto em R$ 158 bilhões.

Ao longo de anos, a sociedade brasileira foi anestesiada desta realidade. O expediente ilusionista do PT só serviu para agravar a situação, resumida em duas quedas consecutivas do PIB na casa de 4%, algo nunca antes visto na nossa história.

É positivo que a equipe do novo governo trilhe o caminho do realismo, mas é preciso deixar claro quem criou a encrenca que agora nos sobrou para ser paga. E, antes de tudo, é necessário equilíbrio para encontrar saídas que destravem o país e, ao mesmo tempo, não penalizem ainda mais quem já sofre com o desemprego, a inflação e o desalento que os governos petistas nos legaram de presente.

– Carta de Formulação e Mobilização Política N 1364

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