A inflação nas alturas

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A inflação brasileira voltou aos dois dígitos. Com o PT, o país voltou a ombrear-se entre as piores referências mundiais quando o assunto é carestia e alta de preços

Carta de Formulação e Mobilização Política, 09 de dezembro de 2015, Nº 1277O país voltou a ter inflação de dois dígitos. Trata-se de algo que não acontecia no Brasil desde o ano de 2003. Tanto a presidente Dilma Rousseff cruzou os braços diante do aumento de preços, que eles decolaram. A carestia é um dos aspectos que torna o governo da petista insuportável para os brasileiros.

Segundo divulgou o IBGE nesta manhã, o IPCA atingiu 1,01% em novembro. Para se ter noção da escalada dos preços, basta dizer que o índice corresponde ao dobro do registrado no mesmo mês do ano passado. De janeiro a novembro, a inflação chegou a 9,62%. Em ambos os casos, é o maior patamar para os respectivos períodos desde o início da era petista.

Nos últimos 12 meses, a inflação brasileira alcança agora 10,48%. Os dois dígitos não apareciam nas estatísticas oficiais desde novembro de 2003. Tudo indica que o índice termine o ano pertinho de 11%, para uma meta que é de 4,5%. Tal fracasso se repete desde que Dilma assumiu a presidência da República.

Nos detalhes, a inflação é ainda mais assustadora. Está caro comer (alta de 11,6% num ano), morar (18,3% de aumento em 12 meses) e movimentar-se (20,6% de elevação dos combustíveis no mesmo período). Acender as luzes da casa custa hoje 51% mais do que custava um ano atrás.Para 2016, as chances de sucesso no combate à carestia são novamente pequenas, com as projeções apontando, mais uma vez, para inflação acima da meta. Na semana passada, o Banco Central sinalizou que pretende voltar a subir a taxa básica de juros – que já é a maior do mundo – para tentar brecar os preços, remédio amargo que pode acabar matando o já moribundo paciente.Em todo o mundo, entre as economias que podem ser consideradas minimamente sérias, apenas Venezuela (68%), Argentina (28%) e Rússia (15%) exibem inflação maior que a nossa. Ou seja, o Brasil voltou a ombrear-se entre as piores referências globais quando o assunto é a alta de preços.

Quem é mais penalizado são os mais pobres. O INPC, que mede gastos de famílias com rendimento até cinco salários mínimos, acumula 10,97% em 12 meses até novembro. Esta mesma população sofre com o desemprego, com o endividamento e com a piora dos serviços públicos, afetados pelo arrocho e pela recessão.Muitos hão de se lembrar de Dilma repetindo nos debates eleitorais do ano passado que a inflação estava “sob controle“. É a mesma Dilma que hoje diz que não cometeu crime de responsabilidade, que as leis fiscais foram respeitadas e que não há motivo para que sofra impeachment. Como se pode ver, ontem e hoje, coerência total: nada do que a presidente afirma corresponde à realidade.

 

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